Capítulo 16 - Carina

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Esse capítulo trouxe uma carga emocional maior, talvez um reflexo do último livro que li (como comentei antes). Sabe como é, às vezes, a gente se deixa levar pelas histórias que consumimos, e acho que isso acabou transbordando para a Carina. Senti que era precisava de explorar mais a fundo o que ela está sentindo, de dar voz a essas emoções que estavam só esperando uma chance para aparecer. Espero que vocês se conectem com essa parte da jornada dela tanto quanto eu.


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Boa leitura!

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Carina chegou em casa com as lembranças do dia ainda frescas na mente. O toque de Maya, o gosto do beijo, tudo permanecia presente, mas sem arrependimento. Pelo contrário, havia uma sensação de mudança dentro dela, como se uma parte que estava adormecida tivesse finalmente despertado. No entanto, antes de seguir em frente, sabia que precisava lidar com uma parte de si mesma que ainda segurava o passado.

Ela caminhou até o quarto, quase que instintivamente, cada passo pesado com a decisão que havia tomado. Dentro do armário, na prateleira mais alta, uma pequena caixa de madeira esperava por ela. Era uma cápsula de memórias, uma peça do passado que Carina ainda não havia conseguido deixar para trás.

Carina pegou a caixa e se sentou na beira da cama, segurando-a como se fosse o objeto mais precioso do mundo. Seus dedos deslizaram sobre a tampa antes de abri-la com cuidado. Dentro, uma pulseira, duas alianças de ouro e uma foto de Ana, sorrindo daquele jeito que sempre tornava os dias difíceis mais suportáveis.

Segurou a foto com delicadeza, seus dedos traçando o contorno do rosto de Ana. Um nó formou-se em sua garganta, mas ela manteve a voz baixa, quase como se estivesse sussurrando com Ana ao seu lado.

— Oi... — começou, a voz falhando levemente. — Sei que faz tempo que não conversamos... — Ela fechou os olhos por um instante, tentando segurar as lágrimas. — É tão difícil, Ana...

Respirou fundo, deixando o ar sair lentamente, como se tentasse aliviar a dor que carregava. Seus olhos marejaram, mas ela forçou-se a continuar.

— Sinto tanto a sua falta... — Sua voz quebrou, e ela abaixou a cabeça, olhando para as alianças que segurava. O metal frio parecia um contraste com as memórias quentes que evocava.

Esfregou o polegar sobre a superfície das alianças, sentindo cada detalhe, como se estivesse tentando se conectar com o passado. — Eu... eu tentei, sabe? — A voz saiu, quase como se estivesse se confessando. — Tentei continuar sem você, sozinha... mas... é como se uma parte de mim estivesse sempre presa naquele momento, naquela dor.... Eu vivia triste, achando que isso era o certo, porque te amava tanto...

Carina fez uma pausa, tentando acalmar o turbilhão de emoções dentro dela. — Queria tanto que você estivesse aqui, como prometemos... — As palavras saíram com dificuldade. — Mas... sei que você precisava ir, precisava descansar. Você lutou tanto... mais do que qualquer pessoa deveria ter que lutar...

Carina olhou para a foto, sentindo uma pontada de dor no peito. Ela se lembrou de como passava noites em claro ao lado de Ana, segurando sua mão com força, como se pudesse transferir um pouco de sua própria energia para a esposa. 

Ela olhou para a foto de Ana e se lembrou das noites em claro ao lado dela, segurando sua mão, desejando poder transferir um pouco de sua própria força para a esposa. Ana, sempre corajosa, tentava acalmá-la, dizendo que tudo ficaria bem, que ela precisava ser forte.

Libri e Latte (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora