Capítulo 28 - Parte 2

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Boa leitura!

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A noite parecia se arrastar para Carina, cada segundo mais longo que o anterior. O silêncio que tomava o apartamento não era o tipo que trazia paz; era denso, preenchendo cada canto vazio como uma lembrança da ausência da namorada, sempre tão presente nos últimos tempos. Sem o corpo quente dela ao seu lado, a cama parecia imensa e fria, um território estranho e solitário. O vazio ali era péssimo..

Carina não gostava de estar sozinha. Tinha se acostumado aos sons que Maya trazia consigo — o ritmo suave de seus passos, a risada baixa enquanto lia ou assistia algo, os comentários afiados sobre coisas triviais que sempre a faziam rir. Sem isso, o apartamento parecia suspenso no tempo, imóvel e estéril.

Ela se revirou na cama, buscando uma posição confortável. Eventualmente, puxou um travesseiro contra o peito, abraçando-o de um jeito mais forte, como se aquilo pudesse trazer algum tipo de conforto. Não era o mesmo,  o tecido macio era apenas uma imitação barata do calor que o corpo de Maya costumava oferecer. Fechou os olhos, mas sua mente, inevitavelmente, começou a vagar pelas memórias dos últimos meses.

Sem fazer tanto esforço assim, quase podia sentir o perfume que a namorada deixava na sua pele, uma mistura doce e sutil de fragrância pessoal e o toque fresco do sabonete que sempre usava. Aquilo estava gravado em sua mente, um aroma que sempre parecia presente, mesmo quando Maya não estava

Aquele aroma, sempre tão familiar, costumava se misturar em muitas e muitas vezes com outro: um cheiro apenas dela que exalava no pós sexo misturado com a essência de seus corpos após uma noite intensa entre os lençóis, os dois corpos fundidos, respirando no mesmo ritmo. Como amava aquele cheiro, pensou.

Toda sexta-feira era um ritual. Maya encontrava Carina na livraria, tomavam café juntas, a engenheira esperava a italiana fechar o local e iam para o apartamento. Ali variavam nas coisas que faziam, comiam, bebiam, só uma coisa nunca mudava. Onde a noite acabava.

Era sempre entre os lençóis, seus corpos nus encontrando abrigo um no outro. As mãos exploravam a pele com uma mistura de suavidade e urgência, os corpos se alternando no controle, os sussurros preenchendo o espaço com uma familiaridade confortável. O cheiro do sexo impregnava que o ar, os beijos salgados, o calor do toque, o ritmo cadenciado das respirações que se misturavam — tudo estava lá, em cada canto daquele quarto.

Essas lembranças persistiam na mente da italiana como se o quarto guardasse cada momento delas. Mesmo agora, na ausência da outra, era como se o perfume e o calor dela ainda estivessem presentes, impregnando o ar.

Carina respirou fundo, abraçando mais forte o travesseiro contra si. Fechou os olhos novamente, tentando se forçar a relaxar, a não deixar a mente vagar tanto. Maya estava bem, com os amigos, se divertindo. Não havia motivo para se preocupar. Ela sabia disso.

Essa sensação era diferente de qualquer outra que ela já havia experimentado, até mesmo com Ana — e isso a fazia refletir. Sabia que por algum motivo estava vulnerável, com uma inquietude que não conseguia explicar.

Libri e Latte (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora