Libri e Latte (Concluída)

Capítulo 14 - Cuidado - Parte Final

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Boa leitura!

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Maya não demorou para responder o e-mail de HH naquela mesma noite, e logo marcaram um encontro para o domingo, próximo ao sebo onde tudo começou. Com esse compromisso em mente, ela tentou focar suas energias nele, acreditando que esse encontro poderia ser a chave para clarear seus sentimentos e dar um rumo à sua confusão interna.

Carina, por sua vez, lutava com suas próprias incertezas. A diferença de idade entre elas ainda a incomodava, e a conversa que tivera com Callie a fez decidir que seria melhor não complicar as coisas. Misturar trabalho com romance era algo que Carina sempre quis evitar, e a juventude impulsiva de Maya a deixava receosa. Ela temia se envolver e acabar se machucando novamente. Além disso, com o encontro marcado para o domingo, Carina se forçou a focar nisso.

Nos dias seguintes, na cafeteria, a rotina seguiu de maneira tranquila. Tanto Maya quanto Carina, por razões distintas, conseguiram manter uma fachada de normalidade. Elas trocavam olhares e conversas casuais, mas evitavam qualquer referência ao que havia acontecido entre elas, especialmente aquele quase beijo que pairava como uma sombra sobre suas interações.

No entanto, mesmo com todas essas resoluções, a proximidade continuava a afetá-las. Era difícil ignorar a vontade crescente de estar perto, uma atração sutil, mas constante, que parecia puxá-las na direção uma da outra. Esse desejo não declarado criava um equilíbrio delicado, que ambas evitavam quebrar, como se soubessem que ultrapassar essa linha poderia mudar tudo.

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Na quinta-feira, a tarde seguia com a rotina habitual na cafeteria. Maya estava ajustando as almofadas nos assentos, ajeitando cada uma com cuidado, enquanto Carina mexia na máquina de café, os sons suaves do vapor e do líquido fluindo preenchendo o espaço. Era aquele momento tranquilo, quase íntimo, que ambas já haviam incorporado ao seu cotidiano.

— Então, Maya, tem algum plano para o fim de semana? — Carina perguntou, puxando papo, seus olhos ainda presos ao café que se acumulava na caneca.

Maya pausou por um instante, a mão no ar, considerando se deveria mencionar o encontro marcado para domingo. Decidiu que não. Caminhou até o balcão e começou a organizar os sachês de açúcar, as mãos se movendo automaticamente. — Só no domingo... e você? — perguntou, mantendo o tom leve, enquanto arrumava os pacotes em fileiras ordenadas.

Carina pegou a caneca com cuidado, o aroma forte do café subindo com o vapor. — Também tenho um compromisso no domingo — disse, girando a colher na xícara, o movimento calmo, quase hipnótico.

Maya apoiou-se na bancada, cruzando os braços, o olhar vagando para fora, observando a rua tranquila. — Parece que o tempo vai estar bom — comentou, como se estivesse apenas constatando algo óbvio, mas havia uma leveza na voz que não passou despercebida.

A máquina de café fez um ruído inesperado, um chiado que ecoou pela cafeteria, fazendo ambas trocarem um olhar e um sorriso discreto. 

— Eu vi isso também... — Carina respondeu, limpando uma gota de café que havia escorrido para a bancada, o guardanapo deslizando suavemente sobre a superfície. Um silêncio se instalou, não pesado, mas carregado de palavras que não precisavam ser ditas.