Capítulo 29 - Parte 2

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Boa leitura!

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Os dias que se seguiram à denúncia foram tensos para Maya, tudo se transformou em uma espera ansiosa para ver quais seriam as consequências.

Ela mal conseguiu dormir com a dúvida martelando na cabeça: Será que fariam algo ou passariam pano para esse absurdo? Será que a apoiariam ou ela seria a próxima a ser descartada como tantas outras já foram em histórias que ficou sabendo?

Os dias passaram.

Maya ainda se lembrava do dia em que o chefe foi chamado para uma reunião com a diretoria. Aquela sensação de que algo estava para acontecer pairava no ar, mas ela não sabia o que esperar. Não tinha como saber.

O afastamento inicial foi um alívio, mas não havia garantias de que ele seria demitido. Ela temia que a empresa pudesse ficar ao lado dele, afinal, ele estava em uma posição de poder. Sem falar que havia o medo de que seus colegas não a apoiassem, talvez por medo de perderem seus próprios empregos ou simplesmente por não quererem se envolver em um assunto que não os atingia diretamente.

A notícia do afastamento percorreu os corredores rapidamente, trazendo um misto de alívio e curiosidade. Pois com o afastamento, deu início a uma dança das cadeiras começou. Cada vaga que era desocupada precisaria ser ocupada por outra pessoa.

Mesmo com o afastamento e tudo mais, ela sentia um misto de alívio e receio. Não queria ser vista como alguém que "não aguentava o tranco" em um ambiente majoritariamente masculino. Ela era uma mulher forte, competente e inteligente. Não sabia se a denúncia a mancharia de alguma forma.

Tudo bem que consegui a vaga graças a amiga da mãe que tinha um genro que era primo da nota, ou algo assim. Só que no decorrer desse quase um ano, tinha batalhado muito para manter aquela posição, e o último sentimento que queria carregar era o de fragilidade. Mas, ao mesmo tempo, sabia que tinha feito o certo, denunciando ele. E, mais do que nunca, precisava acreditar nisso.

Por enquanto se contentava com a parte boa, onde a tensão constante que antes permeava cada dia tinha dado lugar a um silêncio mais acolhedor, como se a equipe pudesse finalmente respirar sem medo de represálias ou comentários inconvenientes.

Foi então que uma nova fase da investigação interna cimecou: os colegas começaram a ser chamados para o RH, um a um e aquele medo voltou.

Maya nunca sabia exatamente o que estava sendo dito, mas as expressões nos rostos deles ao saírem das reuniões não diziam muito. A tensão crescia, mas, com o tempo, a verdade mal escondida começou a emergir.

Eles estavam contando o que haviam visto ao longo dos meses: os comentários, as piadas, os toques inapropriados. Tudo que Maya havia tentado ignorar por tanto tempo em nome do que ela achava que era normal aturar em prol do emprego.

Para sua surpresa, colegas que ela nem imaginava terem notado o comportamento inadequado do chefe foram chamados ao RH e confirmaram suas histórias. Todos mencionaram como o chefe dela sempre ultrapassava limites, especialmente com Maya, e que ela tentava, sem sucesso, relevar a situação

Maya nunca imaginou que aquelas pequenas ações cotidianas seriam notadas por outros, mas elas foram.

📖☕📖

— Não vou mentir, eu tinha medo de que eles não falassem nada — murmurou, olhando para o teto do seu quarto, os dedos entrelaçando o lençol de maneira quase nervosa. A luz suave da luminária no canto desenhava sombras leves nas paredes, criando um ambiente acolhedor.

Libri e Latte (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora