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Boa leitura!
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Nos quatro meses que se seguiram àquela primeira e última grande discussão, a rotina entre elas voltou a se estabilizar de forma tranquila. A tensão foi aos poucos sendo resolvida, e o amor que compartilhavam parecia mais forte, sustentado por uma confiança renovada.
Maya continuava com seu trabalho na fábrica, sempre passando na livraria no fim da tarde. As noites, geralmente, terminavam no apartamento de Carina, onde o cansaço de da engenheira era cada vez mais evidente, a desculpa era sempre a mesma: esse ou outro projeto que estavam exigindo demais dela. Com isso a loira preferia ficar em silêncio, apenas curtindo a companhia da italiana, ou aninhada nos braços da namorada.
Enquanto isso, Carina também fez mudanças significativas em sua vida, seguindo os conselhos da psicóloga com quem voltou as sessões depois da briga, já a conhecia desde a morte de Ana, mas tinha parado com a terapia.
Nas sessões de terapia, Carina finalmente conseguiu enxergar com clareza algo que antes lhe escapava: ela vinha pressionando Maya por questões sem importância há muito tempo. Embora tivesse suas razões na última discussão que tiveram, ela compreendeu que, apesar de ter suas razões na última discussão, o problema não era apenas o que havia acontecido naquele churrasco. Havia um padrão mais profundo. Maya chegou nessa última cobrança com a memória de todas as outras que tinham acontecido.
O verdadeiro problema era que, ao longo do relacionamento, ela frequentemente implicava com Maya por detalhes menores, e isso criou uma barreira entre elas.
Ao ficar desconfiando e cobrando Maya em diversos momentos, por cada pequena coisa, suas preocupações acabaram sendo vistas como parte de um padrão repetitivo. A cada nova discussão, Maya passou a encarar aquelas críticas como apenas mais uma entre tantas que já tinham acontecido — muitas sem fundamento.
Isso tinha um efeito colateral: a banalização da conduta. Quando realmente havia algo sério, como naquela discussão, Maya já estava tão saturada das reclamações, cobranças e insistências em pequenos detalhes que a loira via a situação como apenas mais um episódio de ciúme ou desconfiança. Em resumo: quando realmente tinha razão, foi banalizado e não levado a sério.
A terapia também ajudou a perceber algo que ela vinha ignorando: o medo de ficar sozinha novamente, como aconteceu após a morte de Ana, estava interferindo e impactando diretamente sua relação com Maya. Durante anos, Carina havia se visto como uma pessoa forte e independente, mas esse medo da solidão, que havia crescido silenciosamente, agora a consumia. Esse medo, silencioso e irracional, fazia com que ela agisse de forma possessiva e desconfiada, o que começava a corroer a confiança entre as duas.
Nas sessões, Carina também passou a entender que sua insegurança não vinha apenas do trauma da perda de Ana, mas também do fato de Maya ser mais jovem, cheia de vida, linda, inteligente e rodeada de novas experiências. A ideia de que Maya, com todo seu brilho e liberdade, convivendo com tantas pessoas interessantes, pudesse deixá-la a qualquer momento era devastadora — o que alimentava ainda mais seu comportamento controlador. Carina percebeu que esse medo não só a fazia duvidar de Maya, mas também de si mesma, questionando seu próprio valor.
Sem falar que ao focar tanto na possibilidade de perder Maya, Carina estava deixando de enxergar seu próprio brilho e valor. Ela estava permitindo que o medo a dominasse e, com isso, apagando sua confiança. Esse medo a fazia criar barreiras e isolar-se, quando, na verdade, o que precisava era justamente o oposto — confiança em si mesma e em sua relação com Maya.
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Libri e Latte (Concluída)
Fanfiction[Finalizada] Sinopse Um bilhete escondido em um livro e uma inesperada vaga de emprego em uma charmosa livraria-cafeteria entrelaçam os destinos de duas pessoas. Entre cafés derramados, segredos guardados, conversas humoradas e reflexivas, e muito...