Capítulo 24 - Parte 1

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Voltei! Fiquei uns dias fora por falta de tempo e quando finalmente achava um tempinho, aí vinha o bendito bloqueio criativo para me visitar. Sabem como é, né? 😅 Aquele momento em que você até consegue desenvolver alguma coisa, mas depois lê e pensa: "Não, não, não... isso não tá legal."

A boa notícia é que temos dois capítulos novos! 🎉 A má notícia? Bem, eu ainda não tô 100% feliz com eles, mas às vezes a gente precisa colocar o trem nos trilhos para ver se ele anda, né? Vamos ver se postando agora as palavras começam a fluir, eu consiga voltar a escrever e esse "quase final" comece a tomar forma.

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Boa leitura!

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O eco do som do elevador ainda estava em sua cabeça, ecoando como um martelo, mas era o silêncio do agora, tão absoluto, que parecia incomodar mais. A discussão tinha ficado para trás, mas, ao mesmo tempo, continuava tão viva, como se não tivesse acabado.

As palavras de Carina, duras e precisas, continuavam a vibrar em seus ouvidos. "Você não me contou. Não foi você..."

Maya empurrou a porta do apartamento devagar, a madeira rangendo levemente sob a pressão. Quando entrou, o familiar cheiro de café não trouxe conforto, apenas uma sensação de estranheza. Era o mesmo cheiro que sentiu ao sair do quarto, depois de ter tomado banho com Carina. Mas agora, carregava o amargor de algo perdido.

Seus olhos vagaram pelo ambiente: sua mãe na mesa, distraída, passando geleia em uma torrada, enquanto ignorava o celular vibrando ao seu lado. Mason, jogado no sofá, com o som irritante do jogo preenchendo a sala. April, com um livro aberto no colo, mas o olhar perdido em algum ponto indefinido. Todos estavam ali, mas para Maya, pareciam parte de um cenário distante. Tudo parecia fora de lugar. Ou talvez, fosse ela quem não se encaixava mais. Deveria estar em outro lugar.

Ela tentou forçar um sorriso, mas foi inútil. O peso no peito era esmagador. "Como o mundo deles pode seguir normal?", pensou, tentando ignorar o vazio que pulsava dentro dela. O que antes era tão claro, tão certo entre ela e Carina, agora estava envolto em um nevoeiro sufocante de incertezas.

— Minha filha, finalmente! Senta aqui, preciso falar uma coisa importante com você. — A voz da mãe era quase urgente, o corpo inclinado para frente, como se estivesse esperando há dias por essa conversa. As mãos agitadas empurraram o prato para o lado, criando um espaço vazio, como se estivesse preparando o palco para um grande anúncio.

Bem verdade que a loira mal conseguia ouvir. O som chegava abafado, como se viesse de debaixo d'água. Ela se sentou mecanicamente, os olhos vagando pela sala, sem se fixarem em nada, enquanto a mãe começava a falar com uma empolgação que Maya não conseguia absorver.

— Então, você não vai acreditar! — A mãe começou, um sorriso largo no rosto, completamente alheia à expressão vazia da filha. — Lembra da Lúcia? Aquela baixinha, com aquela voz engraçada... A mãe do Lucas, que estudou com a Marcela? — A pausa foi um convite para Maya confirmar, mas o silêncio dela persistiu, então a mãe continuou, como se não pudesse parar.

Maya não lembrava de Lúcia. Na verdade, não conseguia se lembrar de nada naquele momento. A cabeça estava pesada, e o som das palavras da mãe parecia se misturar com os ruídos da sala — o tilintar da colher contra a xícara, o som do jogo de Mason, o farfalhar do vento contra as janelas. Era como se o mundo ao redor estivesse gritando, mas nada fazia sentido.

Libri e Latte (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora