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Boa leitura!
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Maya correu o mais rápido que suas pernas aguentavam, como se o chão estivesse fugindo debaixo dos seus pés, o peito em chamas, a respiração rasgando sua garganta, mas nada importava mais do que chegar até Carina. "Ela precisa me ouvir. Ela precisa entender." Esse pensamento rodava em sua cabeça. As palavras de desculpa que tinha ensaiado se embolavam conforme se aproximava do prédio. Será que ela seria capaz de explicar? Será que Carina ainda ouviria?
Chegando na porta, pressionou a campainha com força, repetidamente. Nenhuma resposta. Esperou, seu corpo tremendo, os olhos fixos na madeira, como se pudesse fazer a porta abrir apenas com sua vontade. Pressionou a campainha repetidamente, os nós dos dedos brancos de tanto bater. Quando o silêncio se tornou insuportável, a porta finalmente se abriu.
Carina apareceu, seu rosto uma máscara de cansaço e decepção. Os olhos estavam vermelhos, e as linhas ao redor de sua boca revelavam a tensão que seu corpo todo carregava. Ela se apoiou no batente da porta, uma das mãos firme contra a madeira, o braço estendido como uma barreira. Um gesto pequeno, mas poderoso o suficiente para cortar qualquer proximidade. A mensagem estava clara: não se aproxime.
Por um segundo, Maya ficou sem saber o que dizer. Tudo o que havia ensaiado desapareceu, enquanto seus olhos se prendiam nos de Carina. A sala atrás dela parecia deserta, um reflexo do vazio que Maya sentia naquele momento. O silêncio entre elas pesava, sufocante.
— Carina... eu... posso entrar? — Maya murmurou, a voz baixa, quase implorando, seus olhos pediam por uma chance de consertar o que havia sido quebrado. De pé no corredor, tudo parecia mais pesado, como se cada palavra que precisasse dizer fosse uma batalha perdida.
Carina piscou lentamente, sem mover um centímetro. Ficou imóvel, os olhos fixos nos azuis, sem qualquer traço de emoção à mostra. Havia uma frieza calculada naquele olhar, como se estivesse decidindo se valia a pena ouvir qualquer coisa. Quando finalmente falou, sua voz soou seca, dura..
— Não. — A palavra foi cortante, final. Ela inclinou levemente a cabeça, como se estivesse observando a reação de Maya, mas sem a mínima intenção de suavizar a própria postura.
A loira sentiu o impacto como um soco. Seu peito apertou, e as palavras, que antes pareciam prontas para sair, tropeçaram na garganta, se dissolvendo no ar.
— Por favor... eu só... — a voz dela tremeu — eu só preciso que você me escute. — Maya sentia o tremor nas mãos, no corpo, na voz. — Só me escuta, Carina. Eu posso explicar tudo...
Carina soltou uma risada seca, passou a mão pela nuca, os dedos apertando os músculos de um jeito automático, antes de deixá-la cair ao lado do corpo, como se toda a força tivesse sido drenada.
— Explicar o quê, Maya? — O tom dela subiu um pouco, carregada de frustração. — Spiegare cosa? Explicar como você escondeu a verdade de mim? Como me deixou no escuro enquanto você sabia tudo? Non posso credere di aver lasciato che questo accadesse! Sembra uno scherzo!
A italiana balançou a cabeça, alternando entre sua língua natal e a que Maya entendia, sem esconder a raiva que fervia.
Ela apertou a maçaneta da porta com força, os dedos ficando brancos de tanta pressão. Sua respiração ficou mais pesada, e ela passou a mão pelos cabelos, jogando-os para trás com um movimento brusco, como se estivesse tentando controlar a raiva crescente.
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Libri e Latte (Concluída)
Fanfiction[Finalizada] Sinopse Um bilhete escondido em um livro e uma inesperada vaga de emprego em uma charmosa livraria-cafeteria entrelaçam os destinos de duas pessoas. Entre cafés derramados, segredos guardados, conversas humoradas e reflexivas, e muito...