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— Como assim você só cansou e se escondeu esse tempo todo naquela maldita chácara? — Pergunto caminhando de um lado para o outro enquanto o mesmo me encarava sentado no sofá.
Bento: Eu cansei da fama, cansei de tudo, e eu e os meninos simplesmente fomos pra la. — Ele diz na maior calma e naturalidade do mundo.
— Mas e o avião? E os caixões? E o enterro?! — Pergunto colocando as mãos na cabeça.
Bento: Tudo falso, meu bem. — Ele se levanta e vem até mim.
— Você sabe o quanto eu sofri quando vocês morreram?!! — Dou um tapa em seu peitoral. — Eu passei noites sem dormir!! Eu dormi naquela porra de cemitério pra isso ser mentira?! Como você teve a coragem de mentir pra mim esse tempo todo?!!!
Bento: Eu não tive escolha, os meninos decidiram por mim. — Ele diz colocando as mãos na minha cintura me aproximando dele.
— Você podia ter negado!! Seu cafajeste!! — Dou outro tapa no homem.
Bento: Meu amor, me desculpa! — Ele diz beijando meu rosto.
— Eu não sou seu amor!! Me solta!! — Tento me afastar.
Bento: Então por que está com a nossa aliança? — Ele diz calmo.
Filha da puta!
— Por que eu sentia sua falta!! — Falo e minha raiva só aumenta.
Bento: Então por que não me beija logo?! — Ele diz se aproximando.
— Por que eu não tenho certeza que é você, o meu marido que morreu a cinco anos atrás! — Falo me virando de costas pra ele.
Bento: Eu tenho uma cicatriz de quando a gente estava brincando naquele brinquedo inflável e eu cai junto com Dinho em cima dos espetos de churrasco do seu tio. — Ele diz calmo.
— Você pode ter falsificado.
Bento: Eu posso te beijar como eu te beijava.
— Não.
Bento: Eu posso fazer um teste de DNA.
— Não! Vai que acontece um acidente de carro e você morre denovo? — Me viro pra ele.
Bento: Então assume que você acredita que sou eu e esta louca pra me dar um beijo. — Ele sorri.
