Capítulo 9 - Ano passado - Final da NOSSA viagem

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Fiquei ali por um momento, olhando para o celular e pensando no que havia acabado de acontecer. A conexão entre nós parecia tão forte e, ao mesmo tempo, tão delicada. Respirei fundo, tentando processar tudo.

Achei a minha toalha perdida em meio ao cobertor e então levantei-me da cama para tomar um banho. Peguei a minha roupa que já estava seca e fui para o banheiro. Deixei a água quente lavar minha mente e acalmar meus nervos, tentando me tranquilizar e ajudar a processar toda essa confusão de sentimentos dentro de mim. Quando terminei, vesti minha roupa e peguei o celular para ligar para meu namorado.

Quando liguei havia 203 ligações perdidas. Acho que ele tinha pensado que a Maite tinha me sequestrado. Assim que peguei o celular, uma nova chamada de vídeo dele apareceu na tela, e eu atendi rapidamente.

— Oi, amor! — disse ele, a preocupação evidente em sua voz e expressão. — O que aconteceu? Por que você não atendeu antes?

— Desculpa, Paco. Eu acabei dormindo e meu celular estava desligado. Maite desligou para não me acordar. — expliquei, tentando acalmá-lo.

— Você me deixou muito preocupado, Dul. Achei que algo ruim tivesse acontecido.

— Não, está tudo bem. A chuva estava muito forte e decidimos ficar em um hotel. Vamos voltar hoje.

Ele suspirou, aliviado, mas ainda com um pouco de preocupação em seus olhos.

— Tudo bem, só me avise quando estiver a caminho, tá? Eu estava quase indo aí.

— Claro, vou te avisar. Fique tranquilo, amor.

— Tá bom. Cuide-se, Dul. Te amo.

— Também te amo, Paco. Até mais.

Desliguei a chamada e soltei um suspiro de alívio, pelo menos ele não perguntou nada. Acho que ele não ia gostar de saber que "dormi nua com a Maite na mesma cama". Embora, infelizmente, não tivesse acontecido nada. Talvez se eu tivesse tomado a iniciativa de pedir o beijo ontem, essa noite seria bem diferente...

Calma! Eu disse "Infelizmente"? Eu pensei isso mesmo?

Com razão. Eu estou mesmo ficando louca.

Enquanto esses pensamentos giravam na minha cabeça, saí do quarto e fui até a varanda, onde Maite estava, observando a vista. Aproximei-me devagar, tentando acalmar meu coração que parecia querer sair pela boca. Mas não pude deixar de admira-la! Ela é tão linda!

Ela estava encostada na grade da varanda, seus cabelos soltos caindo ao redor do rosto. A luz suave da manhã iluminava seu perfil, realçando suas feições delicadas e harmoniosas. Seus olhos, profundos e expressivos, refletiam um brilho tranquilo enquanto ela observava a paisagem. Vestia a mesma roupa de ontem e ainda não havia colocado a jaqueta, que estava em cima de uma cadeira. Mas em Maite, até as roupas mais simples pareciam de alta costura. Havia algo nela que irradiava elegância e simplicidade ao mesmo tempo. E, de novo, sem um pingo de maquiagem. Afinal, ela nem precisa disso para ficar bonita.

Fui até ela e dei um beijo demorado em seu rosto. Percebi que ela sorriu em meio ao beijo, sentindo os sutis movimentos que seu rosto fazia.

— Que beijo gostoso! — ela me disse e então me abraçou pela cintura, enquanto eu ainda continuava o beijo.

Quando afastei meu rosto, estávamos muito próximas devido ao abraço e isso me trouxe um calor fora do comum. Os olhos dela miravam o meu tão de perto, um olhar tão profundo que eu não sabia bem o que fazer, mas sei que dentro de mim estava um turbilhão.

— Eu acho que você nunca me deu um beijo no rosto, sabia? — ela deu uma risada. — Só eu que faço isso...

Liberei um riso nervoso, ainda um pouco atordoada com aquela proximidade que me fazia tão bem e, ao mesmo tempo, me desestabilizava por completo.

Olá, férias! SAVIRRONIOnde histórias criam vida. Descubra agora