Capítulo 52 - Poncho

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Enquanto saía do restaurante, minha mente fervilhava com as palavras de Paola. A conversa havia sido cheia de indiretas e sugestões maliciosas, todas envoltas naquele tom de falsa simpatia que já me parecia tão familiar. Eu já sabia que ela admirava a Maite, mas ouvir suas insinuações e sua aparente falta de empatia só reforçava o que eu vinha sentindo há algum tempo: ela era obcecada. Cada comentário dela, cada olhar com aquele brilho de admiração exagerada, me fazia enxergar uma inveja que ela tentava disfarçar, mas que transparecia nas entrelinhas.

Enquanto caminhava, pensei em cada frase, em cada expressão que ela fez ao falar de Maite. Paola falava como alguém que desejava estar no meu lugar, que não se importaria em cruzar algumas linhas para ter o que eu tenho. Ela sempre insistia nesse "sonho de amor" com um ar de desejo e insatisfação, como se a vida dela só pudesse ter sentido se ela estivesse na posição de alguém próximo de Maite — ou talvez até no meu próprio lugar.

Lembrando das insinuações sobre o vazamento da foto, fiquei ainda mais desconfiada. A ideia de que Maite poderia ter vazado a imagem era absurda, mas Paola a mencionou com tanta naturalidade, como se quisesse plantar uma semente de dúvida em mim. O que era isso, afinal? Tentativa de manipulação? Ou apenas uma provocação de alguém que queria causar problemas?

Enquanto passava pelas ruas movimentadas, minhas suspeitas começaram a se cristalizar. Paola sempre foi próxima de certos fã-clubes, e de alguma forma, ela conseguia informações que não eram públicas. Eu tinha certeza de que ela sabia muito mais do que estava disposta a admitir. Um arrepio percorreu minha espinha ao pensar no quanto ela poderia estar envolvida nesse caos. O desejo dela de se aproximar de Maite ia muito além de admiração; parecia um impulso de posse, de inveja e, provavelmente, uma vontade de separar ela de mim. 

Cheguei em casa com o coração pesado e uma nova determinação. Precisava entender exatamente o quanto Paola estava envolvida nessa história, e até onde ela seria capaz de ir para conseguir o que queria.

Maite demorou para chegar, mas assim que ouvi o som da chave girando na porta, meu coração disparou. Logo me vi sorrindo involuntariamente, como sempre acontecia quando ela estava prestes a entrar. Quando Maite finalmente apareceu, seu rosto iluminado por aquele sorriso, eu soube, mais uma vez, que ela era tudo para mim.

Ela entrou, segurando a bolsa em uma mão e me lançando um olhar carinhoso. E foi nesse momento, ao ver seus olhos brilharem daquele jeito especial, que senti uma onda de emoção me invadir. Ela ainda estava ali, inteira para mim, com aquele amor que a cada dia parecia só crescer.

Maite colocou a bolsa de lado e caminhou até mim devagar, com aquele sorriso suave e envolvente que me fazia esquecer o resto do mundo. Não precisei dizer uma palavra — ela sabia. Sentiu o que aquilo significava, o quanto eu a queria perto. Me envolveu em seus braços e me puxou para um abraço caloroso, encaixando o rosto no meu pescoço como se quisesse guardar aquele momento só para nós.

Eu a abracei mais forte, fechei os olhos e respirei fundo, sentindo seu perfume. Estava tão completa, tão cheia de felicidade naquele instante, que não tinha dúvidas: Maite era o amor da minha vida, meu ponto de paz, e ninguém poderia mudar isso. Ela era meu porto seguro, e eu sabia que enquanto a tivesse comigo, nada mais importava de verdade.

Maite segurou meu rosto com delicadeza, seus dedos acariciando minha pele enquanto se inclinava e depositava um beijo suave em meus lábios. Aquele toque gentil, que era ao mesmo tempo doce e apaixonado, me fez fechar os olhos e me entregar completamente ao momento. Senti o calor de seu corpo se aproximar ainda mais, e instintivamente envolvi sua cintura com meus braços, puxando-a para mais perto.

Retribuí o beijo com a mesma intensidade, deixando que cada toque transmitisse o quanto eu a amava. Tudo o que importava era o encaixe perfeito dos nossos lábios, o ritmo sincronizado de nossos corações. Era um beijo que falava mais do que qualquer palavra poderia dizer — um juramento silencioso de que estávamos ali uma para a outra, vivendo algo que ninguém jamais poderia tirar.

Olá, férias! SAVIRRONIOnde histórias criam vida. Descubra agora