Capítulo 36 - Lembranças

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Eu me aconcheguei no sofá da sala, com o celular em mãos, pronta para ligar para minha mãe. Fazia alguns dias que não conversávamos, e eu sentia falta da sua voz. Depois de alguns toques, ouvi a voz carinhosa de Blanca do outro lado da linha.

— Oi, minha filha! Como estão as coisas aí no México? — perguntou minha mãe, com aquela voz acolhedora que sempre me tranquilizava.

— Oi, mãe! Tá tudo bem por aqui. Eu não saio do lado da Maite, na verdade, nem fui para o meu apartamento ainda. — Ri levemente, sabendo que ela entenderia a situação. — Eu paguei o aluguel, mas até agora, não fui nem para pegar minhas roupas...

Do outro lado, ouvi minha mãe rir de leve.

— Ah, minha filha... — ela começou, com aquele tom doce. — Eu sabia que isso ia acontecer. Mas eu entendo, você e Maite estão tão felizes juntas. Só não se esqueça de que ter o seu próprio espaço é importante também, para você se encontrar, sabe?

— Eu sei, mãe, e é por isso que aluguei o lugar. Mas é tão difícil me afastar da Maite. A gente tá tão bem! — sorri, pensando em como era bom estar ao lado dela, em cada beijo, em cada toque.

— Fico feliz em ver você realizada, meu amor — minha mãe disse, com carinho. — E sobre o Paco, está tudo quieto demais, não acha?

De repente, minha expressão ficou mais séria.

— É verdade. Tá tudo tão calmo... — murmurei, pensativa. — Mas acho que é por causa do processo. Ele deve estar evitando qualquer contato para não piorar a situação.

— Talvez, minha filha. Mas mantenha-se atenta. Eu te conheço, você não precisa desse tipo de problema por perto. — A voz da minha mãe estava firme e ao mesmo tempo cheia de amor.

— Vou ficar de olho, pode deixar. — Sorri, tentando tranquilizá-la.

Assim que desliguei a chamada, Maite apareceu na sala. Ela se aproximou de mim com aquele sorriso radiante que me derretia sempre.

— Tudo bem com sua mãe? — perguntou.

— Sim. Só lembrei de uma coisa: eu nunca mais fui ao meu apartamento. — Dei risada, e Maite me puxou para mais perto, sentando-se ao meu lado no sofá.

— Claro que não foi, bebê. Quem precisa de um apartamento quando tem o nosso? — Ela sorriu, me envolvendo com seus braços. — Eu adoro quando você fica aqui o tempo todo.

— Ah, eu também... — confessei, me aconchegando no peito dela.

Maite beijou minha testa e me olhou com aquele olhar carinhoso, que parecia me envolver por completo. Em seguida, ela passou a mão suavemente pelo meu rosto, onde ainda havia uma marca leve do nosso último momento mais íntimo. Ela sorriu de canto.

— Eu vou sempre te deixar toda marcada assim — disse, com um tom brincalhão, enquanto continuava a acariciar minha pele.

— Mai... — protestei, meio rindo e meio envergonhada.

— O que foi? — ela deu risada. — Você fica tão linda assim... E eu lembro o quanto eu desfrutei.

Eu me virei para ela, rindo, e a abracei com força, sentindo o calor de seu corpo. Estar ao lado de Maite me fazia esquecer qualquer preocupação, e sua presença constante me trazia uma paz que eu nunca havia experimentado antes.

— Eu te amo — sussurrei, com a voz suave, enquanto ela continuava a me acariciar.

— Eu te amo mais — ela respondeu, antes de me puxar para um beijo suave, daqueles que faziam o mundo ao nosso redor desaparecer por alguns instantes.

Olá, férias! SAVIRRONIOnde histórias criam vida. Descubra agora