Capítulo 49 - Andrés

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Voltei para casa com a cabeça fervilhando, como se cada pensamento fosse um nó impossível de desfazer. As palavras de Anahí ecoavam na minha mente, misturadas com a imagem da foto e a reação dela ao mencioná-la. Era frustrante tentar encaixar as peças e, ao mesmo tempo, querer descartar qualquer suspeita sobre quem eu considerava meus amigos.

Quando entrei em casa, Maite estava no sofá, com um sorriso acolhedor assim que me viu. Por um momento, senti um alívio tão grande que quase desfiz cada nó ali mesmo, só de olhar para ela. Mas sabia que aquela conversa com Anahí ficaria martelando até eu descobrir quem realmente estava por trás daquilo.

— Oi, meu amor! — Maite veio ao meu encontro com aquele brilho acolhedor nos olhos, beijando-me com suavidade e segurando minha cintura, a mão repousando delicadamente na lateral da minha barriga. Senti um calor reconfortante preencher o meu peito, como se o peso dos meus pensamentos se dissipasse por um instante, envolto apenas pelo toque dela.

Ela se curvou com carinho, seu rosto próximo ao meu ventre, e depositou um beijo demorado ali, com uma ternura que só ela sabia expressar. A paz que ela me transmitia era quase palpável, como se tudo ao nosso redor tivesse parado.

— Nosso bebê já está recebendo todo o amor do mundo — murmurei, emocionada.

Ela ergueu o olhar para mim, sorrindo com a mesma serenidade que me fez me apaixonar por ela desde o início.

— Sempre vai receber, assim como você, meu amor.

Ela segurou meu rosto com tanto cuidado, afundando os lábios suavemente em minha bochecha. Fechei os olhos, permitindo-me sentir cada detalhe daquele carinho, o calor do toque e a delicadeza que Maite colocava em cada gesto.

No mesmo instante, minha mente me transportou para aqueles dias em que eu viajava horas apenas para receber esse mesmo beijo. Eu me lembrava da expectativa que crescia a cada quilômetro percorrido, da ansiedade e do frio na barriga. Agora, sentir esse carinho de novo me fazia perceber o quanto nossa história havia crescido, amadurecido.

— Como foi com a Anahí? — perguntou Maite, a voz suave, enquanto seus dedos deslizavam pelo meu braço, transmitindo uma paz que quase conseguia dissipar as preocupações que me rondavam.

— Foi... interessante — respondi, escolhendo as palavras com cuidado, ainda envolta pelo carinho que ela acabara de me dar. — Conversamos sobre a foto. Ela disse que vai tentar descobrir se foi algum fã-clube.

Os olhos de Maite estavam fixos nos meus, radiantes de paciência e compreensão, como sempre. Ela sabia quando eu não dizia tudo e respeitava meu espaço, o que me deixava mais tranquila para processar as dúvidas que ainda restavam. Preferi não mencionar que Anahí havia insinuado que talvez Maite pudesse ser uma das responsáveis. Sabia que isso criaria um mal-estar desnecessário. Eu confiava em Maite, e o amor que sentia por ela falava mais alto que qualquer suspeita. Mesmo assim, uma parte de mim sentia que talvez fosse melhor checar tudo até o fim, afinal, acidentes acontecem, e vai que... Sei lá... Que ela mandou a foto sem querer para alguém, assim como fez o Andrés? Mas até que houvesse alguma prova, não havia por que alimentar isso.

Maite apertou minha mão e me trouxe de volta para o presente, com um olhar firme e amoroso.

— Fico feliz que ela esteja disposta a ajudar. Ter um apoio assim é importante, mesmo que só para te lembrar de que você não está sozinha — disse ela, em um tom que era só dela, cheio de compreensão.

Assenti, tentando me concentrar na serenidade que ela trazia e deixar de lado qualquer sombra de dúvida.

— Eu sei, e você também está sempre aqui. Acho que isso já é tudo o que eu preciso — confessei, com um sorriso sincero.

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