Capítulo 51 - Paola

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O sábado chegou, e eu e Maite nos arrumamos para o jantar na casa de sua mãe, Dona Maite. Ela estava tão empolgada que quase conseguíamos ouvir sua animação pelo telefone quando confirmamos com ela se ainda estava de pé. O mais engraçado? Ela nem fazia ideia das notícias bombásticas que estávamos prestes a compartilhar. Dava até vontade de rir, pensando na surpresa que estava por vir.

Quando chegamos, fomos recebidas com abraços e sorrisos, e logo estávamos cercadas pela família inteira: o pai da Maite, seus irmãos, cunhada e os sobrinhos.

À mesa, Dona Maite anunciou o cardápio com um sorriso orgulhoso. Ela preparou um delicioso nhoque recheado de queijo que todos pareciam adorar. O cheiro do prato inundou o ambiente, mas, para meu azar, só de olhar eu já senti meu estômago embrulhar. Respirei fundo, tentando disfarçar o mal-estar. Não podia deixar que percebessem algo; afinal, ainda queríamos que a notícia fosse uma surpresa.

— Dulce, querida, você vai amar esse nhoque! — exclamou Dona Maite, empolgada, enquanto servia as primeiras porções.

Maite percebeu meu desconforto e segurou minha mão por debaixo da mesa, oferecendo um sorriso discreto que só nós duas entendíamos. Antes que alguém notasse meu enjoo, decidi inventar uma desculpa.

— Está com uma cara ótima, mas... eu já comi antes de vir para cá, — expliquei, tentando soar natural. — Me perdoe, não queria parecer indelicada, mas realmente não consigo comer mais nada agora.

A mãe de Maite pareceu um pouco desapontada, mas logo deu de ombros, achando graça da situação.

— Ah, querida, não se preocupe! Fico feliz que esteja aqui com a gente, de qualquer maneira, — respondeu ela, sem desconfiar de nada.

Maite se aproximou de mim, encostando o rosto ao meu e dando um beijo suave na minha bochecha, o que me trouxe uma sensação de calma.

— Está tudo bem, meu amor, — sussurrou. — Vamos contar logo?

Respirei fundo e concordei, sentindo uma mistura de nervosismo e felicidade.

Maite levantou o copo e, com um sorrisinho maroto, bateu levemente com uma colher, imitando uma formalidade que definitivamente não combinava com o ambiente descontraído da família. Ela já começou a rir no meio do gesto, e todos caíram na gargalhada junto com ela, antecipando que algo especial estava por vir.

— Gente, temos duas notícias importantes para compartilhar com vocês, — anunciou ela, os olhos brilhando de emoção e um toque de diversão.

— Pelo jeito é notícia importante mesmo, — brincou Adolfo, o irmão de Maite, arqueando uma sobrancelha, ainda rindo.

— Já casaram em segredo e estão se mudando para a Tailândia! — sua cunhada disse, tentando adivinhar, arrancando risos de todos.

— Calma aí, deixa as meninas falarem! — Dona Maite ergueu as mãos enquanto ainda sorria, visivelmente emocionada só de ver a filha tão feliz.

— Calma, calma! Primeiro... — Maite fez uma pausa dramática, olhando para mim e apertando minha mão com carinho. — Estamos noivas!

A sala explodiu em aplausos e comemorações, e logo depois todos se levantaram para nos abraçar, como se precisassem compartilhar a felicidade da notícia através do toque. Dona Maite nos envolveu em um abraço apertado, dizendo entre lágrimas de alegria:

— Vocês merecem toda a felicidade do mundo!

Mas antes que os abraços terminassem, Maite olhou para mim, sorrindo, e eu continuei.

Olá, férias! SAVIRRONIOnde histórias criam vida. Descubra agora