Capítulo 37 - Vamos ter um bebê?

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Morder a minha bochecha era, sem dúvidas, o passatempo preferido da Maite. Toda vez que estávamos juntas, sem fazer nada, ela simplesmente me colocava deitada em seu colo, fechava os olhos e começava a mordiscar a minha bochecha, como se estivesse degustando algo saboroso.

Eu, inevitavelmente, sempre acabava rindo, porque ela fazia isso com tanta naturalidade que parecia um reflexo automático. Às vezes, até reclamava de leve:

— Você vai acabar me deixando sem bochechas! — dizia, tentando conter o riso.

— Elas são tão gostosas! — ela respondia, de olhos fechados e com um sorriso satisfeito nos lábios, continuando com as mordidinhas.

— Amor.. — eu tentava protestar, mas no fundo adorava essa forma carinhosa, mesmo que um tanto inusitada, de ela demonstrar afeto.

Era o jeito dela de me acalmar, de me manter perto, como se estivesse marcando um território invisível. E, claro, sempre me fazia sentir amada e protegida, do jeito mais bobo e carinhoso possível.

Às vezes, eu tentava retribuir o gesto, mordiscando sua bochecha também, mas Maite sempre sorria antes que eu conseguisse, e sua bochecha escapava da minha boca. Isso a fazia rir ainda mais, o que só me deixava mais determinada a tentar de novo.

— Ei! Para de fugir! — eu reclamava, fingindo estar chateada, enquanto ela continuava a se esquivar com aquela risada contagiante.

— Você que precisa treinar mais! — ela brincava, tentando me provocar, o que me fazia rir também.

— Amo esse treinamento. 

A verdade era que esses pequenos momentos de brincadeira só reforçavam a cumplicidade que tínhamos. Mesmo nas coisas mais simples, era fácil perceber o quanto nos conectávamos, de uma forma leve, divertida e cheia de carinho.

Em um domingo, fomos almoçar na casa dos pais de Maite. Fomos recebidas com abraços calorosos assim que cruzamos a porta. A casa tinha aquele aroma gostoso de comida caseira, e tudo parecia preparado para uma tarde agradável em família.

— Dulce, minha querida! — Maite Beorlegui, a mãe de Maite, me abraçou com carinho. — Estávamos ansiosos para esse almoço.

— Também estava com saudades, dona Maite! — respondi, sorrindo. Já me sentia parte da família.

O pai de Maite, Javier, logo apareceu, com aquele sorriso caloroso e o mesmo olhar carinhoso que a filha tinha. Ele me abraçou com firmeza e nos guiou para a sala, onde já estavam Paco, o irmão mais novo de Maite (que tem o mesmo nome do meu ex), e Adolfo, o irmão mais velho, acompanhado de seus dois filhos, Mila e Lucca. Eles estavam sentados no sofá, rindo de algo que assistiam na TV.

— Dulce! — gritou Mila, a sobrinha de Maite, vindo correndo até mim com aquele entusiasmo adolescente para me abraçar.

Lucca, por outro lado, estava mais reservado, mas logo veio me cumprimentar com um sorriso tímido.

— Tudo bem, Lucca? — perguntei, acariciando seu cabelo, que ele logo bagunçou com um sorriso.

Fiquei feliz com o carinho deles, e logo nos juntamos à mesa de jantar, que estava repleta de pratos deliciosos preparados por Maite Beorlegui. Havia tamales, enchiladas, arroz, e várias opções para todos os gostos.

Enquanto comíamos, a conversa fluía naturalmente. Javier contava histórias engraçadas sobre Maite quando era pequena, e todo mundo ria. Adolfo, sempre o mais brincalhão, fez questão de me provocar, dizendo que eu tinha sorte de aguentar o temperamento de Maite.

Olá, férias! SAVIRRONIOnde histórias criam vida. Descubra agora