Capítulo 50 - Paco

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Quando nos afastamos de Andrés, Maite se virou para mim, segurando minhas mãos e me olhando nos olhos com atenção.

— Ele que veio falar com você? — perguntou, com um toque de preocupação em seu tom.

— Não, não — balancei a cabeça, tranquilizando-a. — Fui eu quem o procurei.

Ela soltou um leve riso, um daqueles de alívio que só vêm depois de um susto.

— Ah, ainda bem. Por um momento, pensei que ele tinha ido te incomodar. Você estava... investigando sobre a foto, então? — perguntou com um meio sorriso.

— Sim... — curvei os lábios, meio envergonhada.

— E aí? Descobriu alguma coisa? — ela continuou, um brilho curioso no olhar.

Suspirei, um pouco frustrada comigo mesma.

— Sabe, acho que eu não tenho jeito pra detetive... Mas, ainda assim, não descarto a possibilidade de que tenha sido ele. Está bem claro que ele ainda sente algo por você.

Maite franziu as sobrancelhas, surpresa.

— Por que você acha isso?

— Ah, os olhares dele não mentem, amor — murmurei, desviando o olhar por um momento antes de encará-la de novo. — E... vamos ser sinceras, quem não se apaixonaria por você?

Maite riu baixinho, acariciando meu rosto enquanto me olhava com aqueles olhos cheios de carinho.

— Ai, amor! — ela murmurou, antes de me beijar suavemente nos lábios. — Mas você não ficou com ciúmes dele, né?

Dei uma pequena risada, lembrando de como ela mesma lidava com situações parecidas.

— Não... Na verdade, é como você sempre dizia sobre o Paco. Eu entendo totalmente o que ele deve estar sentindo. Deve ser péssimo ver a pessoa que ele ama seguindo em frente com outra pessoa — suspirei, pensando no desconforto evidente de Andrés.

Maite me observou em silêncio por um momento, sua expressão suave e compreensiva. Sorri, balançando os ombros levemente.

— Eu penso que, — continuei. — se as coisas fossem ao contrário, eu também sentiria essa pontada.  

Ela se inclinou e me deu mais um beijo suave, sorrindo logo em seguida.

— Temos muita sorte de sermos uma da outra — murmurou, enquanto seus dedos deslizavam carinhosamente sobre a minha barriga, de forma tão discreta que parecia um gesto nosso, íntimo e cheio de significado. 

Depois, voltou a segurar o meu rosto, seus olhos refletindo cuidado e preocupação.

— Só não quero que você se estresse — sussurrou, com uma doçura que fez meu coração bater ainda mais forte. — Se tudo isso estiver sendo pesado para você, prefiro que não se foque tanto nisso. Meus assessores estão cuidando de descobrir quem vazou a foto. Eles vão dar conta, e você não precisa se envolver mais do que o necessário.

Eu sabia que ela só queria me proteger, mas essa investigação era algo que eu sentia necessidade de entender. Afinal, aquilo envolvia nós duas, nosso amor e tudo o que construímos juntas.

— Acho que vou ficar ainda mais ansiosa se eu não fizer nada — confessei, dando um sorriso leve para tranquilizá-la. — Mas, prometo, se eu começar a me estressar, eu paro.

Maite me olhou com ternura, seus olhos refletindo uma mistura de compreensão e preocupação. Ela acariciou meu rosto mais uma vez e assentiu, como se entendesse que isso era algo que eu precisava fazer.

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