Capítulo 11- Mariana

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No dia do meu aniversário de 13 anos, uma garota de cabelo cacheado e sardas chamada Mariana se aproximou e me entregou um presente.

Junto da caixa embrulhada em papel presente azul havia um pequeno bilhete com um número de telefone.

A garota me abraçou e depois fez um gesto com as mãos próxima a orelha, pedindo que eu ligasse. Quando ela se distanciou, percebi meu pai em um canto. Piscou pra mim.

Liguei para Mariana no dia seguinte. Ela tinha uma voz gentil e parecia ser uma garota legal. Conversamos durante um tempo. Descobrimos interesses em comum. Nós dois gostávamos de The police. Nós dois éramos fãs da Madonna.

Assim que desliguei o telefone, vi meu pai me observando. Sorria orgulhoso.

Mariana e eu saimos algumas vezes. Ela tinha uma risada alta e um pouco escandalosa, mas eu gostava disso. Todo lugar que íamos, parecia que éramos o centro das atenções.

Passamos a nos telefonar todas as semanas. A gente conversava por horas a fio. Minha mãe não ficou muito feliz com a conta de telefone, mas meu pai parecia satisfeito.

Não demorou muito para que eu recebesse perguntas na escola. "Vocês estão namorando?". Eu apenas ria em resposta.

Descobri que Mariana fazia muito bem à minha reputação. Pouco tempo antes da gente começar a andar junto, eu era alvo de comentários suspeitos sobre mim. As pessoas cochichavam. Alguns diziam que eu tinha interesses muito femininos. Tudo isso parou depois que ela entrou na minha vida.

Em certo sentido, ela era uma benção para mim.

Se eu cheguei a me apaixonar por ela? Não, isso não. Apesar de eu a adorar, ela sempre foi uma amiga para mim. Só não tinha certeza se era recíproco.

Era uma época confusa para mim. Acredito que para todos. O amor era um sentimento ainda indefinido, todos parecíamos tentar entender o que significava aquilo. Ainda estávamos em busca de nossas próprias paixões.

Mas nós sabíamos o que os adultos falavam sobre o assunto. A paixão tirava o fôlego, fazia a gente ficar obcecado com o alvo do nosso amor, pensando na pessoa 24 horas por dia.

Eu não sentia nada disso por Mariana. Mesmo que me forçasse.

Um dia, durante a aula de matemática, olhei para Julian sentado do outro lado da sala. Ele estava concentrado, anotando algo no caderno, o cabelo caindo ligeiramente sobre a testa. Pensei em perguntar para ele sobre o amor na hora do intervalo. Eu era mais inteligente que ele nas matérias da escola, mas na vida ele sempre foi mais sábio. Quando precisava perguntar algo importante, não recorria aos meus pais ou aos professores e sim a meu amigo.

Ele me olhou de volta e sorriu, mostrando seus dentinhos separados.

Meu coração pareceu diminuir até ficar bem pequenininho.

Desisti de perguntar qualquer coisa.

Fui tirado de meus pensamentos quando um garoto chamado Daniel fez uma pergunta qualquer ao professor. 

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Um beijo 😘

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