Capítulo 26- Amor (?)

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"Estou apenas jogando
Eu sei que é um amor de plástico"
-Plastic love (Mariya Takeuchi)

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Julian sempre pensava em Eduardo, mesmo estando longe. Quando via um comercial do chocolate favorito do amigo ou quando sentia o cheiro de suas flores prediletas. Lamentava não poder estar perto o suficiente para presenteá-lo com essas coisas.

No fundo, ele sabia que sempre teria uma boa recordação de Eduardo. Ele sempre seria como um irmão mais novo, mesmo que tivessem a mesma idade, a quem ele gostaria de proteger das perversidades do mundo. Eduardo, mais do que qualquer outra pessoa, não merecia sofrer.

Ele enviava cartas para o rapaz, mas elas nunca eram respondidas. Isso não o incomodou. Achava que talvez estivesse ocupado demais com os estudos ou a escrita.

Ele iniciou os tratamentos propostos pelo psiquiatra, o que o fez sentir uma melhora nos sintomas da doença. Isso, aliado a sessões de terapia, o trouxeram algum alívio. As obsessões não desapareceram, de modo algum, mas ele sentia que tinha forças e armas o suficiente para lutar contra o monstro que vivia em sua cabeça.

Em março de 2003, Julian conheceu Viviane, a nova estudante do curso de veterinária. Ela tinha o cabelo curtinho, colorido de roxo, o que contrastava com sua pele negra, dentes brancos e um sorriso radiante.

Em poucos meses, eles assumiram um relacionamento.

Tinham química, isso era fato. Às vezes pareciam saber os pensamentos um do outro, se comunicavam telepaticamente.

Porém, havia qualquer coisa de errado. Ele sabia disso. Quando dormiam juntos, a cabeça dela encostada em seu peito nu, a respiração leve, uma agulhada de culpa o picava. Era a coisa certa se fazer?





O amor tem sabor de amorasOnde histórias criam vida. Descubra agora