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J. Ortega

Minha mente estava uma confusão. Eu não conseguia digerir tudo o que aconteceu entre mim e Mariana.

Ela me usou de tampa buraco, brincou com meus sentimentos e praticamente me traiu. Que droga eu fiz pra merecer uma mulher assim?

- Vai querer outra? - Ouvi uma voz feminina. Levantei a cabeça dando de cara com uma loira do outro lado do balcão.

Fiquei um tempo parada, tentando processar o que ela estava falando. A mesma riu e apontou pro copo na minha mão, que já estava vazio. Dei risada e neguei com a cabeça, entregando a ela.

- Já está bêbada? - Perguntou enquanto enchia o copo.

- Não. Só... só estou pensando. - Forcei um sorriso.

Ela assentiu, me entregando o copo novamente.

Decidi vir em um bar famoso aqui em Madrid pra tentar esfriar a cabeça. Lizzie tentou fazer de tudo pra eu ficar em casa, até mesmo queria transar, mas eu não estava no clima.

- Eu te conheço de algum lugar... - Colocou o braço no balcão, enquanto me olhava.

- Todo mundo me conhece. - Soltei um riso nasal, bebendo minha cerveja, enquanto levava minha atenção até a tela onde passava um jogo qualquer.

- Lembrei! Você é a Ortega, né? A jogadora do Real Madrid. - Assenti, sem dar muita importância. - E o que aconteceu pra você vir parar aqui e encher a cara? - Riu.

- Todos nós temos dias ruins, não é? Eu só tô tendo um.

- Ok... - Riu, negando com a cabeça. - Se quiser conversar, estarei disponível. A propósito, sou Leah.

Ela estendeu sua mão, esperando eu apertar. Apenas para não deixá-la no vácuo, cumprimentei a mesma. Ela se despediu indo atender outros clientes, enquanto eu fiquei assistindo o jogo.

Sinceramente, minha mente estava uma confusão. Consegui entrar com o divórcio, e provavelmente vai sair na semana que vem para que possamos assinar. Mas eu não sei se vou ter a capacidade de olhar pra ela depois de tudo o que me disse. Se eu olhar pra alguém que já amei, consigo ver tudo o que vivemos. E isso me quebra pra caralho.

Eu não tinha mais sentimentos por ela, mas de qualquer forma essa porra machuca. Ser feita de besta, de otária por anos e só cair na real agora. Que merda.

Senti meu celular vibrar no bolso da calça, me fazendo suspirar. Peguei ele vendo o número de Lizzie aparecer na tela pela terceira vez no dia.

- Jenna? Onde você está?

- Bebendo. - Levei o copo até a boca, dando um gole grande.

- Bebendo às duas da tarde? O que foi? Teve recaída por causa da minha mãe? - Revirei os olhos.

- Não, Lizzie, eu não tive a porra de uma recaída. Eu só estou bebendo, qual o problema nisso?

- Você me deixou sozinha em casa. - Suspirei ao ouvir seu tom de voz, choroso. - Não podia ter deixado isso pra mais tarde? Eu precisava de você.

Minha Madrasta. ( Jenna G!P )Onde histórias criam vida. Descubra agora