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J. Ortega

As semanas estavam sendo difíceis. Depois da minha discussão com Lizzie, ela decidiu que eu só poderia ver a Aurora de dois em dois dias.

Ou seja, eu só podia ver ela na terça e na sexta. Mas agora me diz uma coisa, se ela quer que eu esteja presente na vida da garota, por que decidiu os dias que eu posso vê-la? Isso é injusto.

Nós não estamos tendo uma boa relação. Sempre que eu vou ver a Aurora ela implica comigo de alguma forma, seja os presentes que eu levo, ou o tempo que passo lá. Não importa, ela sempre arruma um jeito de me deixar irritada e sair mais cedo da sua casa.

E hoje, felizmente é sexta, dia que eu vou ver minha filha pela segunda vez na semana. Eu decidi não comprar presente pra ela dessa vez, já que eu iria levar a garotinha pra dar uma volta comigo na praia. Eu quero passar mais tempo com ela, nem que seja fora de casa.

Toquei a campainha da casa de Lizzie, esperando ela atender, o que não demorou muito. Seu semblante não era um dos melhores, como sempre. Ela fazia questão de colocar sua pior expressão no rosto apenas para me atender.

— Oi. Posso entrar? – Ela ficou quieta, me analisando de cima abaixo.

— Qual foi o milagre que aconteceu pra você não estar com uma sacola na mão?

— Não te interessa. – Fui curta e grossa, mais uma vez, sinalizando com a cabeça se eu poderia entrar ou não. Ela concordou, bufando.

Entrei em sua casa e fui direto até a sala, onde a Aurora mais gosta de ficar. Minha filha estava toda arrumada sentada no sofá de frente pra TV, assistindo um desenho enquanto balançava a cabeça de um lado pro outro, cantarolando.

— Oi, meu amor... — Chamei sua atenção. Ela me olhou e automaticamente abriu um sorriso, se levantando do sofá e pulando em meus braços.

Abracei minha mini versão, beijando seus cabelos escuros. Ela se acomodou em meus braços, voltando a assistir o desenho na televisão.

— A tia quer te levar pra passear um pouco... o que acha? – Alisei suas costas.

— Passeio? – Perguntou animada e eu concordei, abrindo um pequeno sorriso.

— Não, filha. Você não pode sair de casa, esqueceu? – Lizzie se aproximou, de braços cruzados.

— Não pode por quê? – Perguntei já começando a me irritar com sua proibição desnecessária.

— Você sabe muito bem o porquê. — Falou séria e rígida.

Respirei fundo tentando não me descontrolar na frente da minha filha. Me sentei no sofá e Aurora veio pro meu colo, deitando no meu peito e assistindo seu desenho. Coloquei minha mão em seu cabelo e fiz um leve carinho.

— Você não vai me proibir de sair com ela. – Olhei pra Lizzie, que revirou os olhos e fechou a cara.

— Eu posso e vou. Daqui você não sai com ela, de jeito nenhum. – Engoli a seco, me segurando pra não xingar na frente da Aurora.

Balancei minha perna começando a ficar agoniada. Os minutos estavam passando, e eu não quero passar o pouco tempo que eu tenho com ela, assistindo TV. Eu quero sair, comprar um sorvete pra ela tomar, conversar... eu ainda tenho muito o que falar com ela.

Minha Madrasta. ( Jenna G!P )Onde histórias criam vida. Descubra agora