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Lizzie.

Meu peito doeu por semanas, dias, horas e até segundos. Minha vida estava sem sentido, eu não conseguia viver com aquela dor dentro de mim.

Nunca pensei que fosse chorar novamente pela mesma pessoa, mas dessa vez, por erro meu. Jenna tem seus problemas, deu pra ver que ela surtou quando eu entrei no assunto sobre o que aconteceu, parecia que ela não aguentava mais falar sobre isso. Mas o que eu posso fazer? Foi ela que fez tudo aquilo, ela que me machucou primeiro. Talvez se nada daquilo tivesse acontecido, nós estaríamos bem, e ela poderia ver a filha crescendo.

Mas eu não posso jogar toda a culpa nela, pois eu também me sinto culpada. Culpada por não deixar ela ter nenhum tipo de contato com a filha quando ela tentava se aproximar, culpada por agora. Eu não deveria ter falado aquelas coisas, ela só queria me fazer feliz, se aproximar de mim novamente e acender a nossa relação. Mas eu neguei, eu a humilhei, eu fiz tudo o que não deveria fazer.

Já tem uma semana desde que toda merda aconteceu. Eu não consegui dormir muito nesses últimos dias, já que a única coisa que eu pensava, era ela. Desmarquei todos meus compromissos, pois eu não conseguia ter ânimo pra fazer nada. E também, ela não vem aqui há uma semana. Nem pra ver a Aurora, que está morrendo de saudades.

Minha filha chorou o dia todo com saudades de Ortega, que não aparecia há dias. Eu até achei que ela poderia ter abandonado ela, ter sumido do mapa e tudo mais, mas ela não fez isso. Pelo menos eu acho.

Mandei meus pensamentos pra longe ao ouvir o barulho da campainha. Aurora me olhou curiosa, largando os brinquedos. Sorri minimamente pra minha filha, levantando do sofá e indo até a porta.

Assim que abri, paralisei no lugar. Jenna estava ali, me olhando de cima abaixo com a cara fechada, sem esboçar nenhuma reação.

— Cadê a Aurora? — Sua voz saiu em um tom grave e autoritário, me fazendo arrepiar.

Abri a boca para falar, mas fui interrompida pela garota que chegou correndo toda animada e se jogou no colo da mãe. Rapidamente aquela carranca de Jenna sumiu, assumindo um sorriso no rosto.

— Mamãe! Eu estava com saudades...

— Eu também, minha princesa. Como você está?

— Bem. Mas a mamãe Liz não está, ela chora o tempo todo... – Jenna me olhou, tirando o sorriso do rosto e voltando ao seu semblante sério. Desviei meu olhar, ficando envergonhada.

— É, ela deve ter motivos pra isso. – Desviou o olhar, voltando a atenção pra Aurora. — O que acha da gente ir dar uma volta? Tomar um sorvete, talvez.

— Sorvete? – Sorriu ainda mais. Jenna assentiu, fazendo ela dar pulinhos em seu colo. — A mamãe pode ir também?

— Eu não acho que é uma boa ideia, filha... – Comecei a falar, mas Jenna me interrompeu.

— Tudo bem, ela pode ir. – Falou, me deixando surpreendida.

Olhei pra ela, que também me olhava. Seu olhar ainda era o mesmo, de dor e raiva. Engoli seco, dizendo que iria pôr uma roupa e já descia.

Subi pro meu quarto e vesti uma roupa confortável, descendo logo em seguida. Jenna esperava na sala junto com a Aurora, brincando com brinquedos.

— Vamos? – Chamei a atenção delas. Jenna me olhou e assentiu, indo pegar a Aurora.

Minha Madrasta. ( Jenna G!P )Onde histórias criam vida. Descubra agora