Lizzie.
Se um sentimento matasse, eu com certeza estaria morta. A raiva dominou boa parte do meu corpo, e eu simplesmente não conseguia controlar.
Foram tantos socos que eu dei em Ortega já desacordada, que ao menos lembro de alguma coisa. Eu estava descontando tudo o que ela me fez passar durante todos esses anos, o enforcamento, a porras das suas palavras sujas, tudo. Exatamente tudo o que ela me fez sentir, eu descontei naqueles socos. Me lembro que Adam teve que me tirar à força de cima dela, ou eu iria acabar a matando.
Hoje é domingo, e ela está internada há dois dias no hospital. Eu não tive notícias dela, e também nem queria ter. O ruim é que também faz dois dias que não vejo ou falo com o Adam, já que ele talvez tenha ficado no hospital para cuidar do caso dela.
— E a tia Jenna, mamãe? – Aurora perguntou choramingando, coçando os olhos. Eu respirei fundo, me controlando para não surtar mais uma vez na frente dela.
— Eu não sei, filha. Eu não tenho notícias dela.
— Eu tô com saudade... – Estava prestes a chorar.
— Ela vai ficar bem, meu amor. Não precisa chorar, ela tá bem. – Larguei o prato de comida no centro da mesa, passando a mão em suas costas, tentando acalma-lá.
— Você bateu nela, mamãe... Por que fez isso? – Me olhou com um olhar diferente, me fazendo ficar confusa.
— Porque ela sumiu com você, filha. Eu fiquei preocupada. Você não sabe do que ela é capaz de fazer. – Ela se afastou do meu toque, se encolhendo. — Meu amor...
— A tia Jenna não é uma pessoa ruim! Ela me deixa feliz!
— Ela não é quem você pensa, Aurora. Você não sabe o que ela fez no passado. Eu só quero te proteger.
— E o que ela fez pra você ter tanta raiva assim? — Cruzou os braços, visivelmente irritada.
— Ela... – Senti as palavras ficarem presas na minha garganta. Eu olhei pra ela sentindo meus olhos marejarem, respirei fundo, antes de contar.
Uma hora ou outra, ela iria precisar saber disso. Ela iria precisar saber que Ortega é sua mãe, saber que ela quase me matou, saber da porra toda que aconteceu antes mesmo dela nascer. Ela precisa saber.
— Ela quase me matou quando eu estava grávida de você. — Falei de uma vez, vendo-a ficar paralisada. — Eu e a Jenna tivemos um relacionamento e... eu fiquei grávida. Grávida de você, Aurora.
Ela ficou calada, imóvel. Sua feição não era irritada, mas sim, confusa. Eu respirei fundo, me controlando para não chorar ao lembrar de tudo.
— A Jenna é sua mãe. Ela te negou quando eu contei sobre a gravidez, ela disse que não queria filhos, não queria ter essa responsabilidade. Ela só pensou na carreira dela, só pensou na sua reputação, e abandonou você. Agora, depois de dois anos, ela voltou. Voltou como sua tia, porque eu duvido muito que ela mereça ser chamada de mãe.
Minha filha continuou calada, se perdendo nos pensamentos, como se estivesse processando tudo.
— A tia Jenna... ela me abandonou? – Eu assenti, vendo uma lágrima solitária descer pela sua bochecha. Senti uma puta culpa por isso. — E porque ela voltou?

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Minha Madrasta. ( Jenna G!P )
FanfictionAmor mais que proibido. Um desejo de ambas partes. Um prazer infinito. Jenna é uma jogadora de futebol, e isso a torna uma pessoa famosa. Pessoas ao redor do mundo sabem de quase tudo que acontece na sua vida, mesmo ela sendo reservada em relação a...