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J. Ortega

É tão bom se sentir bem de novo consigo mesma. É bom sentir que estou de volta, mas em uma versão ainda melhor.

Várias coisas mudaram nesses dois anos que se passaram. Pois é, dois anos. Parece que foi ontem que tudo aconteceu. Mas já fazem dois anos.

Bom, depois de ficar um mês completo sem jogar, voltei com tudo. Comecei a melhorar mais meu desempenho e não demorou para ter vários times me querendo em vários lugares ao redor do mundo. Eu tinha várias opções de um novo recomeço, e escolhi ir pra Inglaterra, jogar no Manchester city. Passei cerca de um ano e meio lá, jogando e conquistando cinco títulos em uma temporada. Mas eu sentia que faltava algo em mim, e não sabia explicar.

Talvez fosse minha filha, na qual nunca vi ou conheci. Me sinto a maior culpada do mundo por isso. Eu deveria correr atrás dela, procurar saber dela, mas como eu poderia fazer isso se eu não sabia o que fazer? Lizzie me deixou sem chão, desamparada, sem uma informação sequer de como ela era. Mas mesmo assim, não desisti de mandar mensagens e deixar em sua caixa postal, mesmo sabendo que ela nunca veria. Várias ligações, mensagens e mais mensagens, e nada. Ela não me disse nada nesses dois anos, nem se deu o trabalho de me falar.

Eu sei, ela tem seus motivos para fazer isso, mas ela deveria ter um pingo de consciência que esse assunto se trata de uma criança na qual é minha também. Tudo bem, eu posso ter negado ela quando descobri, mas eu estava confusa sobre tudo e só se importava com a minha imagem. Hoje em dia, eu não sou mais assim. E bom, o motivo de voltar pro Rio não era só o Flamengo e sim, minha filha. Vou atrás dela dessa vez, vou procurar saber mais e descobrir onde Lizzie está morando e aparecer lá de surpresa. Eu não vou deixar ela escapar, não dessa vez.

E tirando isso, estou namorando. É isso mesmo. Eu namorando também é uma grande novidade pra mim. Leah e eu começamos a ficar frequentemente depois da nossa "última" transa. Eu comecei a gostar dela, e ela de mim. Pedi ela em namoro e agora somos namoradas. Eu acho que estou feliz ao lado dela, não sei. Eu ainda sinto que falta algo.

— Tá, e o que mais você pode fazer? – Perguntei colocando a mão na cintura, enquanto olhava pro Edgar.

— Bom, só isso. Eu pesquisei na internet e descobri que ela está morando em uma casa na beira da praia, bem mobiliada.

— Tá, me passa o endereço. Eu vou lá agora.

— Que? E você acha que ela vai querer te ver? – Revirei os olhos, colocando um casaco.

— Eu sei que não. Mas isso não é sobre nós, e sobre nossa filha. Ela não tem escolha.

— Você é louca, Ortega. – Disse pegando seu celular e me digitando o endereço. — Toma cuidado.

Assenti e sai da casa dele o mais rápido que pôde. Entrei no carro e dei a partida, ouvindo o toque do meu celular a cada segundo. Desviei o olhar da estrada e peguei o aparelho, vendo várias ligações de Leah e milhares de mensagem. A loira me ligou novamente e eu atendi.

— O que foi?

— Você some e não me diz nada? Onde você tá?

— Tô resolvendo algumas coisas.

— Que coisas?

Minha Madrasta. ( Jenna G!P )Onde histórias criam vida. Descubra agora