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                                 VALENTINA LOPEZ





As vezes me pego pensando que só faço medicina por conta da incompetência médica que levou minha mãe a óbito. Óbvio que quando era criança eu falava abertamente que queria ser médica, porém, com o passar dos doze anos comecei a despertar um interesse assíduo por leitura e em alguns momentos da vida me pegava pensando se ser escritora poderia ser algo produtivo para mim.

De fato meu pai morreu exatamente no momento em que bateu o carro contra o outro, que vinha fazendo uma ultrapassagem errada, infelizmente ele tinha esquecido de colocar o cinto naquele dia. Já minha mãe não, ainda existiam possibilidades dela sair da sala de cirurgia com vida, mas por conta de uma obstrução médica falha ela veio a óbito horas depois.

Perdi meu mundo naquele dia, senti como se tudo tivesse desabado embaixo de mim, e começo a me recordar disso quando passo por mais uma aula que não consigo despertar interesse algum em assisti-la. Talvez eu esteja assim apenas por hoje ser aniversário da minha mãe, não posso tentar voltar atrás de uma oportunidade que muitos sonham em ter e que ainda me esforcei pra caramba para estar aqui.


Escuto meu celular tocar no bolso da calça e pego o mesmo. Abro um sorriso quando vejo que se trata de tia Márcia, a minha segunda mãe.

— Oi, tia.

Oi, meu amor. Como você está? Sei que hoje deve estar sendo um dia difícil pra você, mas saiba que sempre estarei aqui para o que você precisar, tudo bem?

Meus olhos ficam marejados com suas palavras e sinto se formar uma espécie de bolo na minha garganta. Tem sido assim em todos os aniversários da minha mãe e pai, a data se tornou motivo de choro, sendo que antes era alegria.

Éramos uma família unida em todos os sentidos, nenhuma data de aniversário passava em branco, não necessariamente com festas cheias, mas com alguns bolos simples que continham amor, carinho, afeto e tudo o que tem em uma família incrível.

— É, tia, realmente não tem sido fácil hoje, sabe? Acho que a senhora bem entende o que estou passando. — Digo e a ouço suspirar do outro lado da linha.

Sim, querida. Sinto essa dor como você, e comecei a sentir ela um pouco antes quando também perdi meus pais, saiba que se precisar questionar o motivo de tanta dor eu estarei ouvindo todas as suas reclamações, da mesma forma que sua mãe ouvia as minhas e vice-versa.

— Eu sei, tia, eu sei...

Passei mais alguns minutos conversando com Tia Márcia até chegar o momento de desligar e ir embora. Héctor me ligou em dado momento, quando estava isolada em meu quarto, em meio às lembranças passadas, porém não consegui conversar muito com ele.

Depois de ter vivido três anos sem meus pais, eu acabei perdendo as pessoas com quem mais conversei em toda minha vida, então ficou meio difícil desabafar com outras pessoas, pois as que mais confiei foram embora no momento que eu nunca imaginei.


















                                    HÉCTOR FORT







Confesso que fiquei preocupado desde a ligação que fiz com Valentina mais cedo, era notório que dava pra escutar seu choro baixo enquanto conversava comigo e em todas as vezes que a questionei sobre o que estava acontecendo ela só respondia um "nada demais".

Segunda Chance - Héctor FortOnde histórias criam vida. Descubra agora