Segunda Chance - Héctor Fort

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Importante: Volto com o próximo capítulo quando esse aqui bater a meta de 38 VOTOS e 30 COMENTÁRIOS!!!

                                   VALENTINA LOPEZ

Aperto a mão de Héctor enquanto esperamos na recepção onde foi marcada a minha consulta com a ginecologista e obstetra. Saí do Brasil às pressas, apenas avisei tia Márcia que deu um erro no curso que havia trancado e tive que vir urgentemente para não correr o risco de perder uma futura bolsa de literatura, obviamente ela desconfiou da história.

Não é como se eu não quisesse falar com ela sobre o assunto e sim por ainda não ter certeza, sei que podemos estar precipitados em relação a isso, e não sei a razão, mas sinto um desconforto com essa hipótese. Cogitei que Héctor poderia recuar por tamanha responsabilidade que teria que ter, mas ele está feliz, como nunca vi antes.

Quando foi me buscar no aeroporto ontem, ele disse que já tinha comprado um macacão minúsculo do Barcelona, sendo unissex, o que se encaixaria para ser usado pelos dois gêneros. Durante todo caminho até a clínica ele sorriu, comentou sobre o bebê e não deixou de demonstrar felicidade em momento algum.

— Valentina Lopez.

Escuto meu nome soar da recepção, indicando que sou a próxima paciente que fará a consulta com a doutora Álvares.

— Ei, vai ficar tudo bem, linda. — Héctor diz chamando minha atenção e assinto segurando sua mão ainda mais forte, para que ele adentre o local comigo.

— Se você está aqui eu tenho certeza disso. — sorrio e caminhamos rumo a sala, onde iremos receber a notícia pela qual optamos ouvir juntos.

                                               💋

Assim que saio da sala encaro meu namorado, tão cabisbaixo quanto eu, com a notícia que recebemos. Eu sabia que nada disso tinha a ver com gravidez, no exame rápido que fiz não constatou nenhum bebê na minha barriga e a médica pediu exames mais afundos para descobrir o que causou as dores tão intensas no meu estômago e o vômito.

Justamente por isso fiz uma ultrassonografia pélvica que comprovou a tese da ginecologista de que eu tenho endometriose, assim como tia Márcia. O que pensávamos que poderia ser um bebê, na verdade é uma doença que dificulta justamente o crescimento de um.

Caminho com Héctor até o carro, mas em nenhum momento ele soltou a minha mão, e permanecemos em silêncio durante todo o percurso, até que toco no assunto que sei que seria necessário tocar em algum momento.

— Olha, se você não quiser ficar mais comigo eu...

— Para, Valentina. — Ele diz balançando a cabeça em negação. — me deixa mal você insinuar que eu deixaria você por conta de uma doença que tem tratamento.

— Pode ter, Héctor, mas você sabe que é a mesma que tia Márcia teve e por isso o ex marido dela largou ela... — exclamo sentindo meus olhos marejarem porque tenho convicção de que isso iniciará uma discussão.

— Eu não sou o ex marido dela, Valentina! Pelo amor de Deus! — Héctor aumenta o tom de voz e dessa vez não consigo controlar meu choro. — Eu nunca te largaria por isso, nem se você não tivesse útero e não pudéssemos ter filhos, adotaríamos um, caramba! E nem é o caso, tem tratamento para endometriose, você pode engravidar, ainda é nova, não é como se fosse o fim do mundo.