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Importante: Galera, vou começar com uma meta baixa para vocês cumprirem e eu voltar com o próximo capítulo. Então, quando esse aqui bater 20 VOTOS e 20 COMENTÁRIOS eu volto com o próximo.





                      

                                  VALENTINA LOPEZ




Três anos depois...

Arrumo minhas últimas malas para voltar ao país onde morei até meus quinze anos de idade, antes dos meus pais partirem. Hoje moro com tia Márcia, irmã única da minha falecida mãe. Meus avós maternos e paternos já faleceram antes mesmo dos meus pais, e tia Márcia foi a única família que me restou.

Vim para o Brasil assim que ocorreu o acidente. Minha mãe era brasileira, nascida e criada aqui, quando fez dezoito anos decidiu estudar em Barcelona e foi exatamente lá onde conheceu meu pai. E assim como ela, consegui uma bolsa em uma das melhores universidades da cidade, por isso a minha volta para Barcelona.

— Já organizou tudo, filha? — tia Márcia surgiu me tirando dos pensamentos e assenti.

Era incrível como apenas uma nova organização de malas me fez lembrar de três anos atrás. Quando apenas íamos nos mudar de uma cidade para outra, mas meus pais acabaram tendo um destino trágico e eu tracei uma linha que nunca imaginei.

— Você está se lembrando, não é? — minha tia sabia exatamente o que estou pensando.

Assenti derramando mais uma vez as lágrimas que foram continuas nos últimos anos. Desde que perdi meus pais passei por uma série de problemas e tia Márcia entende tanto disso, que me deu mais um de seus abraços acolhedores.

As sessões de terapia psicológica me ajudaram um pouco a conviver com a ansiedade, que no início me tirou boas noites de sono e me fez perder bons quilos também. Me lembro que cheguei a pesar trinta e nove quilos, e pra quem tem um e sessenta de altura não é algo favorável.

Minha psicóloga foi extremamente importante nesse meio. Consegui voltar a comer após as sessões surtirem efeito e consegui pesar muito mais do que pesava quando morei em Barcelona. Hoje tenho cinquenta e sete quilos nesse corpinho e também devo agradecer a academia por ter ele.

— Você vai ficar bem lá, meu amor. Vou te visitar a cada três meses. Se sentir saudades é só me ligar, sei que não é a mesma coisa de me ter presente, e sei que agora você desejaria que eles estivessem aqui. Mas farei o possível e o impossível para estar presente em todas as suas conquistas, assim como sei que eles estariam.

Eles. Eles iriam adorar saber que irei cursar medicina, assim como sempre sonhei desde criança, e adorariam mais ainda saber que consegui a bolsa de forma gratuita. Estudei dia e noite para conseguir chegar onde cheguei e tenho consciência de que isso seria motivo de orgulho para ambos.

— Você tem razão, tia, e chorar agora não vai dar em nada. Tenho que ir logo para não perder meu voo, vou aproveitar e mandar uma mensagem para a garota que irei dividir a casa.

Encontrei uma brasileira no insta que estava divulgando que precisava de uma companheira para dividir o aluguel. No início achei que era fake, já que o lugar é bem barato por sinal, mas depois que vi que ela é bem famosa nas redes sociais comecei a confiar.

Ela me disse que outras duas garotas já moraram com ela, mas que agora ambas não estavam mais lá e que pagar o aluguel sozinha estava sendo complicado, logo surgiu a ideia de dividir a casa com outra garota.

Segunda Chance - Héctor FortOnde histórias criam vida. Descubra agora