vem meu amor • 𝗪𝗔𝗚𝗡𝗘𝗥 𝗠𝗢𝗨𝗥𝗔

𝗧𝗥𝗜𝗡𝗧𝗔 𝗘 𝗗𝗢𝗜𝗦

WAGNER MOURA

– Vocês estão lindos! – Falo olhando meus filhos prontinhos para o casamento.

Tinha chego o grande dia, e eu mal consegui dormir a noite, estava parecendo a noiva, e talvez estivesse até mais ansioso que ela, não sabia dizer, manifestávamos nossa ansiedade de formas diferentes.

– Você está lindo! – Bem fala passando a mão no meu cabelo e eu sorrio pro mais velho. – Nunca pensei que estaria fazendo parte de um casamento seu.

Ele fala brincalhão e eu sorrio.

– Eu estou tão feliz, filho.

– Eu também estou pai, ainda mais sabendo que agora você vai pra NY, e vai estar mais perto de nós.

Ele fala com um sorrisão no rosto, e eu só consigo abraçá-lo.

Minha mãe entra no cômodo que estávamos, com um vestido rosa.

Estávamos casando em uma capela em Salvador, claro que seria aqui, não teria como ser em outro lugar.

Marjorie escolheu o horário das 11h da manhã, que emendaria com a nossa festa, tudo era tão alegre e colorido, desde a roupa das madrinhas, até os arranjos, tudo nesse lugar remetia felicidade, e era o que estávamos, felizes.

O verão de dezembro ajudou tudo a ficar mais incrível. Eu jamais pensei que fosse eu estaria 10 meses depois de conhecer a mulher mais incrível do mundo, me casando com ela.

Isso me faz pensar que não é sobre tempo, afinal, passei anos junto com uma pessoa sem casar com ela, mas não consegui ficar nem um ano sem casar com Marjorie, todo dia que eu acordava eu precisava mais dela, eu queria ter tudo dela.

– Está tão lindo. – Minha mãe fala passando a mão no meu rosto.

– Você já viu ela?

– Está uma princesa. – Ela fala e eu mordo a boca, nervoso. – Como está se sentindo, filho?

– O cara mais feliz do mundo.

Falo com sinceridade e ela sorri.

– Seu pai estaria tão feliz com esse dia. – Ela fala melancólica e eu balanço a cabeça positivamente.

– Queria que ele estivesse aqui.

Ela sorri, e antes que pudesse falar algo, vemos uma das organizadoras pedindo licença.

– Já está tudo pronto, vamos? – Ela pergunta olhando pra mim e eu concordo respirando fundo.

As pessoas que estariam no altar foram entrando aos poucos, a capela era pequena então o número de convidados foram bem restritos, queríamos que fosse o nosso momento com pessoas que temos certeza que nos ama.

Ouço a primeira melodia do violão, e um cantor que havíamos contratado começar a cantar a nossa música, vem meu amor na versão feita por ele foi incrível, e foi com essa música que eu entrei, segurei forte no braço da minha mãe e entrei sorrindo para todos, olhei para o altar e lembrei do dia em que estive na Igreja Nossa Senhora do Bonfim com ela, e fizemos os pedidos com as fitinhas.

Ela era meu pedido.

E eu me achei louco por pedir alguém de forma tão repentina.

Que melancolia.

Parei no altar, e os mesmos acordes de violão começaram, dessa vez tocando a famosa marcha nupcial, quando vi minha ruiva, de braço dado com seu pai, uma coroa de flores colorida na cabeça e um sorriso que iluminaria qualquer dia, eu dei um sorriso, uma risada, e comecei a chorar.