𝗩𝗜𝗡𝗧𝗘 𝗘 𝗦𝗘𝗧𝗘

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WAGNER MOURA

Acordo confuso, com uma dor de cabeça terrível, flashes da noite anterior me faz ficar com dor de cabeça, bagunço meu cabelo sentado na cama e coloco a mão nos olhos lembrando de tudo, ou quase tudo.

"Você é uma fodida da cabeça"

Que merda que eu falei? Ela era o amor da minha vida, não uma fodida de cabeça.

Talvez eu estivesse querendo machuca-la pois eu estava machucado, mas sóbrio eu jamais faria isso.

O sentimento de vergonha e medo começou a gritar dentro de mim, eu precisava de um jeito de falar com ela, falar sobre as coisas que ela me contou, eu simplesmente não conseguia ficar em paz.

Peguei meu celular e vi Humberto perguntando se eu não ia conhecer o Rapha, eles iam embora da maternidade hoje, levantei da cama e assim que entrei no chuveiro, me senti um fraco, me permiti chorar o que não tinha chorado até agora, eu nunca amei ninguém como a amo, não lembro se um dia já chorei por uma mulher como estava chorando agora, eu estava quebrado, eu era um fodido da cabeça, não ela.

Me olhei no espelho e vi que estava visivelmente abatido, coloquei minha roupa e entrei no carro a caminho da maternidade, olhei todos aqueles bebês com um sentimento estranho, desde que Marjorie chegou na minha vida, eu quis reviver tudo que um pai possa reviver, queria ver ela gravidinha, com desejo, eu não posso ter perdido isso.

Eu travo quando vejo ela para na frente do vidro do Berçário onde tinha vários bebês, ela sorria como uma boba, sabia que ela tinha paixão por bebês e crianças, e que seria a mãe mais extraordinária do mundo.

Quando ela me viu seu sorriso foi desmanchando, apesar de traços de mulher, ela tinha um coração bom como de uma menina, foi a melhor pessoa que cruzou meu caminho.

– Você também veio.

Ela apenas balançou a cabeça olhando pra baixo.

– Eu não lembro do que eu falei ontem, eu só estava bêbado e talvez isso não justifique minhas atitudes, mas você não é nada daquilo, você é o amor da minha vida, o louco sou eu, me perdoa.

– Acho que aqui não é o melhor lugar e eu de verdade não quero falar sobre isso, estou machucada demais, eu preciso de um tempo pra assimilar tudo.

Eu concordo com a cabeça, tentando olhar teu rosto que ainda estava abaixado.

Eu faria qualquer coisa pra tê-la de volta, reconhecia todos os meus erros.

– Espero que um dia você possa me perdoar. – Falo baixinho e ela apenas continua olhando para os bebês.

Eu passo por ela e entro no quarto, Humberto abre a porta e eu não o vejo com uma cara muito boa mas ele força um sorriso quando me vê.

– Que bom que veio! – Eu o abraço e resolvo não parabeniza-lo pois ele não merecia.

Fui até a Vic que sorriu ao me ver, ela estava com o pacotinho na mão, e ele era perfeito, dei meu primeiro sorriso sincero, dando um beijo na testa dela.

– Parabéns, você foi uma guerreira.

– Obrigada por ter estado com a gente todos esses meses, você quer segurar?

Ela pergunta e eu concordo com a cabeça pegando-o com cuidado, sorri com aquela sensação, e a porta é aberta, Marjorie olha a cena sem esboçar nenhuma reação mas eu conhecia tua cabeça o suficiente para saber que tinha muita coisa passando por ali.

Rapha era uma paz, estava dormindo tranquilamente e eu demorei a devolvê-lo pra Vic, a sensação era muito gostosa.

– A Marjorie que fez o parto.

vem meu amor • 𝗪𝗔𝗚𝗡𝗘𝗥 𝗠𝗢𝗨𝗥𝗔 Onde histórias criam vida. Descubra agora