Capítulo 6: Promessas sob a Lua

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O vento cortante do Brasil varria o rosto de Paulo enquanto ele se esforçava para carregar os poucos suprimentos que conseguira reunir. As ruas estavam repletas de pânico, pessoas correndo em todas as direções, tentando fugir do caos que se espalhava rapidamente. Paulo, porém, tinha um destino claro em mente: o Polo Sul. Era a única chance que ele acreditava ter de se reencontrar com Estefani e, talvez, sobreviver ao que estava por vir.

Ao chegar em casa, foi recebido com olhares de preocupação e incredulidade. Seus pais e irmãos estavam todos reunidos na sala, esperando por ele. Paulo respirou fundo, sabendo que o que estava prestes a dizer soaria insano.

— Eu preciso ir para o Polo Sul — disse ele, com a voz firme, mas trêmula.

Sua mãe, com lágrimas nos olhos, foi a primeira a falar:

— Filho, você não pode estar falando sério. Como você espera chegar até lá? E o que tem no Polo Sul que é tão importante?

— É o único lugar que pode ser seguro, mãe. Eu sei que parece loucura, mas confiem em mim. Eu fiz algumas pesquisas, conversei com pessoas que sabem o que está acontecendo. Precisamos ir antes que seja tarde demais.

Seu pai balançou a cabeça, frustrado.

— Paulo, nós temos que ficar e lutar aqui, proteger o que é nosso. E você deveria fazer o mesmo.

Os outros membros da família murmuraram em concordância. A sensação de desespero e descrença no ar era palpável. Paulo sabia que seria quase impossível convencê-los.

— Se vocês não querem vir comigo, eu entendo — disse ele, tentando esconder a tristeza na voz. — Mas eu não posso ficar. Eu prometi a Estéfani que nos encontraríamos no Polo Sul. Eu preciso ir.

A decisão de Paulo estava tomada. Ele saiu da casa com o coração pesado, sabendo que talvez nunca mais visse sua família novamente. Seus dois amigos, Erik e João Carlos, já estavam esperando do lado de fora, prontos para partir.

— Eles não vêm? — perguntou Erik, percebendo o olhar abatido de Paulo.

— Não. Eles acham que estou louco. Vamos embora.

Os três partiram com o primeiro raio de sol, carregando apenas o essencial para a longa jornada. O caminho seria perigoso e incerto, mas Paulo sabia que precisava seguir em frente.

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Do outro lado do mundo, em Tóquio, Estéfani enfrentava sua própria luta. O caos se espalhara rapidamente pela cidade, com desastres naturais e o colapso das infraestruturas. Ela sabia que precisava encontrar um meio de transporte para sair dali o quanto antes.

Estéfani havia passado horas tentando conseguir uma passagem em algum navio de carga ou em um avião que pudesse levá-la para fora do Japão, mas todos os seus esforços haviam sido em vão. As estradas estavam bloqueadas, e os aeroportos, superlotados e caóticos.

— Você tem que me ajudar, por favor! — implorou Estéfani ao funcionário de uma pequena agência de viagens que ainda estava aberta, quase implorando.

O homem balançou a cabeça.

— Sinto muito, senhorita. Não há nada que eu possa fazer. As rotas de saída estão todas lotadas, e ninguém sabe o que vai acontecer a seguir.

Desesperada, Estéfani deixou a agência, sentindo o peso da incerteza esmagá-la. Ela sabia que precisava chegar ao Polo Sul, mas a jornada parecia impossível.

Caminhando pelas ruas desertas da cidade, ela se deu conta de que a noite estava caindo. As luzes apagadas dos prédios e os sons distantes de tumulto criavam uma atmosfera assustadora. Estéfani olhou para o céu e viu a lua, brilhando intensamente no horizonte. De repente, foi tomada por uma memória.

Lembrou-se de uma noite em que ela e Paulo estavam juntos, sob a mesma lua. Eles estavam deitados na grama, olhando para o céu estrelado, e Paulo disse a ela: "Enquanto a lua no céu brilhar, eu sempre vou te amar."

Essa promessa, feita em um momento de paz e amor, agora parecia um farol em meio à escuridão que a cercava. Estéfani sentiu uma onda de esperança crescer em seu peito. Ela não estava sozinha. Paulo estava lá fora, em algum lugar, também olhando para a lua, também lembrando daquela promessa.

Enquanto a lua no céu brilhar, eles estariam conectados, não importando a distância que os separasse. Essa lembrança lhe deu a força que ela precisava para continuar. Ela voltou para o abrigo improvisado, determinada a encontrar um caminho para seguir em frente.

Naquela noite, enquanto Paulo e seus amigos avançavam pelas estradas esburacadas e Estéfani traçava seu plano para sair de Tóquio, ambos encontraram consolo na lua. Uma promessa feita sob a luz da lua, uma promessa que agora guiava seus passos e mantinha viva a esperança de um reencontro.

O sol começou a nascer no Brasil, iluminando o rosto de Paulo com uma luz suave e reconfortante. Ele sentiu uma nova onda de determinação. Não importa o quão difícil a jornada fosse, ele iria encontrar Estéfani.

E em Tóquio, enquanto a noite caía, Estéfani fechou os olhos e sussurrou para si mesma, "Enquanto a lua no céu brilhar, eu sempre vou te amar." Ela sabia que precisava seguir em frente. Afinal, o amor era a única coisa que ainda fazia sentido naquele mundo caótico.

E assim, com a lua como testemunha de sua promessa, ambos continuaram suas jornadas, separados pela distância, mas unidos pelo amor e pela esperança de que, um dia, se reencontrariam sob o mesmo céu estrelado.

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