Capítulo 29: Em Busca de Esperança

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O sol começava a se esconder no horizonte, lançando sombras longas sobre o terreno árido. Paulo, Erik e João Carlos estavam exaustos, com suas roupas rasgadas e cobertas de poeira. O grupo havia enfrentado um ataque brutal de fanáticos que os perseguiam implacavelmente. Após o confronto, o líder do grupo os golpeou com um bastão, resultando em uma grave ferida na perna de João Carlos. Sem o transporte que haviam perdido na emboscada, o trio teve que continuar a pé, atravessando terrenos difíceis e em busca desesperada de abrigo e socorro.

Quando avistaram uma pequena casa de campo abandonada à distância, a esperança surgiu como uma luz no fim do túnel. A construção parecia ser um possível refúgio, mesmo em seu estado deteriorado. Paulo e Erik ajudaram João Carlos a chegar até lá, apesar de cada passo causar visível dor ao amigo.

"Apertem-se. Precisamos ver se há algo útil aqui," disse Paulo, enquanto empurrava a porta da casa com dificuldade. Ela rangeu ao se abrir, revelando um interior coberto de poeira e teias de aranha, mas ainda assim mais seguro do que o ambiente externo.

João Carlos se acomodou em uma velha cadeira, a expressão de dor no rosto mostrando a gravidade de sua condição. Enquanto Paulo começava a procurar por suprimentos médicos, Erik vasculhava armários e gavetas, em busca de algo que pudesse ajudar.

Após alguns minutos, Erik encontrou uma pequena caixa de primeiros socorros em um armário. "Olha, Paulo, isso pode nos ajudar," disse, entregando a caixa. Dentro dela havia alguns analgésicos, gaze e um frasco de antibióticos.

"Ótimo trabalho," Paulo disse, começando a tratar a perna ferida de João Carlos. Ele aplicou os analgésicos e limpou a ferida com cuidado, enquanto João Carlos se esforçava para manter a calma, apesar da dor intensa.

Quando o tratamento estava quase completo, João Carlos olhou para Paulo com um ar de preocupação. "Paulo, antes de mais nada, precisamos fazer algo importante."

Paulo franziu a testa, ajustando a bandagem na perna de João Carlos. "O que foi? O que mais precisamos fazer?"

João Carlos respirou fundo, claramente lutando contra a dor. "Você precisa chamar a Alinne no rádio e ler a carta que Pedro deixou para ela antes de morrer."

Paulo hesitou, o olhar fixo na ferida de João Carlos. "Eu planejei entregar essa carta pessoalmente, quando encontrarmos Alinne."

João Carlos balançou a cabeça, um misto de dor e frustração no rosto. "Paulo, a gente não sabe o que vai acontecer. Cada hora é uma luta. Se continuarmos esperando, se algo acontecer e nós não conseguirmos chegar até ela, a carta e a promessa de Pedro vão ficar incompletas. A dívida com ele será eterna."

Paulo sentiu um peso crescente em seu peito, as palavras de João Carlos ecoando na sua mente. Ele sabia que João Carlos estava certo; o futuro estava cheio de incertezas e perigos. A possibilidade de falhar em entregar a mensagem estava se tornando mais real a cada dia.

Erik, que estava ouvindo a conversa, olhou para Paulo com um olhar de compreensão. "Você deve fazer o que é certo, Paulo. Se não conseguimos cumprir a promessa de Pedro, pelo menos podemos garantir que sua mensagem seja recebida."

Paulo olhou para o rádio, ainda guardado na mochila, e depois para João Carlos. A necessidade de agir agora parecia mais urgente do que nunca. "Tudo bem. Vou tentar falar com ela agora. Se houver uma chance, pelo menos Alinne saberá o que Pedro queria dizer."

Ele pegou o rádio, ajustou a frequência e começou a enviar uma mensagem para Alinne, enquanto João Carlos e Erik observavam em silêncio, cada um refletindo sobre as possíveis consequências de suas escolhas. A situação estava longe de ser ideal, mas era a melhor opção que tinham naquele momento desesperador...

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