Capítulo 2: A tempestade no céu

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O sol havia se posto e a escuridão envolvia o avião enquanto Paulo se acomodava em seu assento. O voo para o Brasil estava programado para ser uma jornada tranquila, mas as nuvens que cobriam o céu pareciam prenunciar algo diferente. Paulo tentou se concentrar em sua leitura, mas o clima turbulento fora da aeronave começava a se refletir na atmosfera dentro da cabine.

O avião balançava suavemente no início, mas, com o passar do tempo, os solavancos tornaram-se mais intensos. Paulo observava com crescente preocupação enquanto o avião se movia violentamente. O murmúrio das conversas dos passageiros estava se transformando em um burburinho de apreensão. Ele tentava tranquilizá-los com um sorriso, mas o pânico era palpável.

As luzes de aviso começaram a piscar, e a cabine foi preenchida por uma mistura de sons inquietantes: o zunido dos motores, o chiado dos sistemas de comunicação, e o som dos cintos de segurança sendo ajustados apressadamente. As máscaras de oxigênio se desprenderam dos compartimentos, e um suspiro coletivo de medo percorreu a cabine.

O capitão fez um anúncio pelo sistema de som, sua voz firme mas tensa. "Senhoras e senhores, estamos enfrentando condições meteorológicas severas. Pedimos que permaneçam em seus assentos com os cintos de segurança afivelados. Estamos trabalhando para estabilizar o voo."

O coração de Paulo acelerou. Ele tentava ignorar o medo crescente e concentrar-se em ajudar os passageiros ao seu redor. Com um esforço visível, ele tentou acalmá-los com palavras de encorajamento, apesar de sentir que sua própria calma estava se esvanecendo.

"Estamos passando por uma turbulência forte, mas os pilotos são experientes e vão nos levar a um lugar seguro," ele dizia, sua voz tentando manter a firmeza.

As turbulências continuaram a aumentar, e os passageiros começaram a rezar, chorar e a segurar as mãos uns dos outros. Paulo sentiu um aperto no peito e uma sensação de impotência. Ele rezava silenciosamente para que tudo ficasse bem e se perguntava se alguma coisa estava acontecendo fora do normal.

O avião balançava de um lado para o outro e, por um momento, pareceu que a aeronave estava lutando contra uma força invisível. Os sinais de aviso continuaram a piscar, e as luzes da cabine refletiam a ansiedade nas faces dos passageiros. Paulo se apoiava na fé que compartilhava com Estéfani, tentando não deixar que o medo tomasse conta.

Finalmente, após o que pareceu uma eternidade, a turbulência começou a diminuir. O avião estabilizou lentamente, e a tensão na cabine começou a se dissipar. As máscaras de oxigênio foram recolhidas e os passageiros começaram a se acalmar, embora o medo ainda estivesse presente nos olhares.

O capitão fez outro anúncio, sua voz agora mais relaxada. "Senhoras e senhores, conseguimos estabilizar o voo. Agradecemos pela sua paciência e colaboração. Continuaremos a monitorar a situação e faremos o possível para garantir uma chegada segura."

Paulo suspirou profundamente, sentindo o alívio enquanto observava os passageiros começarem a relaxar. Ele se recostou em seu assento, ainda com o coração acelerado, e pensou em Estéfani, esperando que ela estivesse segura e que tudo estivesse bem com ela.

À medida que o voo continuava, Paulo sabia que a tempestade no céu era apenas um dos muitos desafios que ele enfrentaria. O verdadeiro teste ainda estava por vir, e ele precisava se preparar para o que o futuro lhe reservava. Ele fechou os olhos por um momento, tentando se acalmar e se concentrar no que estava por vir.

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