Capítulo 13: Segredos e Conspirações

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O silêncio na base governamental era opressor. Erik andava pelos corredores frios, observando cada detalhe. Durante o dia, ele fazia o que podia para parecer um cientista empenhado em colaborar, mas à noite, sua mente trabalhava incessantemente para entender o que estava realmente acontecendo ali. A ansiedade e o desespero das autoridades para descobrir o próximo lugar seguro no planeta não faziam sentido. Não era só sobre encontrar segurança; havia algo mais.

Nos últimos dias, ele começou a notar padrões nas conversas dos oficiais, pequenos deslizes que indicavam que a verdadeira missão não era salvar a todos. "Por que um foco tão grande no Polo Sul? Por que as discussões sobre suprimentos são sempre restritas?", ele se perguntava. Decidido a descobrir mais, Erik começou a explorar a base nas horas mais silenciosas da noite.

A Descoberta da Sala Secreta

Era por volta das três da manhã quando Erik chegou a um corredor que nunca tinha visto antes. As luzes piscavam ocasionalmente, lançando sombras sinistras nas paredes. No fim do corredor, havia uma porta de aço, diferente das demais, marcada apenas com uma placa que dizia "RESTRITO". Ele se aproximou com cautela, examinando o painel de acesso eletrônico ao lado.

Erik olhou ao redor para garantir que ninguém estivesse observando. Usando um pequeno dispositivo que ele havia construído para hackear sistemas simples, ele começou a trabalhar no painel. Uma faísca saiu quando ele conectou os fios, e um som de estalo ecoou pelo corredor. A porta permaneceu fechada. Ele estava prestes a tentar de novo quando ouviu um som de dentro da sala — um gemido abafado, seguido por um grito de socorro. O sangue de Erik gelou. Ele conhecia aquela voz.

"João Carlos?", ele sussurrou, incrédulo. Com uma nova urgência, ele forçou a porta com todas as suas forças. Após alguns segundos de tensão, a porta cedeu, abrindo com um rangido alto.

O Encontro com João Carlos

Dentro da sala escura, iluminada apenas por uma luz fraca no canto, estava João Carlos. Seu rosto estava magro, com olheiras profundas, e seus olhos brilhavam com uma mistura de medo e alívio ao ver Erik.

"Erik? Como... como você me encontrou?", João Carlos murmurou, sua voz trêmula.

"Eu não sabia que você estava aqui, João. O que está acontecendo? Por que você está aqui?", Erik perguntou, ajudando o amigo a se levantar.

João Carlos respirou fundo, tentando se recompor. "Eles... eles me prenderam quando descobriram que eu sabia demais. Quando me recusei a continuar com as pesquisas... quando percebi o que eles realmente estavam planejando..."

Erik franziu a testa. "O que você descobriu?"

A Verdade Revelada

"É uma armadilha, Erik", João Carlos disse, sua voz quebrando. "Eles não estão tentando salvar todos... Estão tentando salvar apenas uma pequena parcela da população. Os que eles consideram 'valiosos'. Eles planejam construir um complexo no Polo Sul, ou em qualquer outro lugar que descubram ser seguro, mas esse lugar será reservado apenas para a elite. Os recursos são limitados, então eles decidiram que o restante... bem, o restante será deixado para morrer."

A revelação fez o coração de Erik disparar. Ele sabia que o governo estava escondendo algo, mas isso era muito pior do que ele imaginava. "Então, é isso? Eles vão sacrificar milhões de pessoas para salvar alguns poucos?"

João Carlos assentiu, os olhos cheios de tristeza. "Sim. E eu não podia ser parte disso. Quando me recusei a colaborar, eles me trancaram aqui, esperando que eu cedesse."

O Plano de Fuga

Erik respirou fundo. "Precisamos sair daqui, João. Precisamos avisar Paulo e Estefani, e todos que pudermos. Não podemos deixar que eles continuem com isso."

João Carlos, com um brilho renovado de determinação, concordou. "Mas como vamos sair? Eles vão perceber que eu fugi em breve."

Erik olhou ao redor rapidamente, formulando um plano. "Vamos precisar de um disfarce e de alguma distração. Se conseguirmos chegar à sala de controle, posso desligar os alarmes por tempo suficiente para sairmos. Tenho um pequeno transmissor que construí. Podemos usá-lo para entrar em contato com Paulo."

A Fuga Dramática

Os dois começaram a se mover rapidamente pelo corredor, mantendo-se nas sombras. Cada passo era cheio de tensão, pois a qualquer momento eles poderiam ser descobertos. Quando chegaram à sala de controle, Erik hackeou o sistema, desligando temporariamente os alarmes. Mas o som dos passos se aproximando ecoava nos corredores.

"Rápido, precisamos sair!", Erik sussurrou, puxando João Carlos.

Eles correram pelos corredores, ouvindo os alarmes de segurança se ativarem de novo, indicando que a fuga deles havia sido descoberta. Guardas começaram a aparecer atrás deles, gritando ordens. Erik e João Carlos correram com todas as suas forças, mas estavam ficando sem tempo.

Quando chegaram à saída da base, foram cercados por guardas. "Parem! Não deem mais um passo!" um dos guardas gritou.

Erik olhou para João Carlos. "Confie em mim", ele sussurrou antes de pressionar um botão em seu transmissor improvisado. Uma explosão repentina de luz e som encheu o corredor, cegando e ensurdecendo os guardas por tempo suficiente para que eles escapassem pela porta e corressem para a liberdade.

Finalmente fora da base, Erik e João Carlos não pararam de correr até terem certeza de que estavam a uma distância segura. Ofegantes, eles se jogaram no chão, olhando para as estrelas acima.

"Precisamos avisar os outros", Erik disse, sua voz firme. "Isso é muito maior do que imaginávamos."

João Carlos concordou, o olhar determinado. "Vamos lutar, Erik. Pelo bem de todos."

E assim, com uma nova missão em mente, os dois se prepararam para enfrentar o maior desafio de suas vidas: expor a verdade e salvar aqueles que o governo estava disposto a sacrificar.

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