Capítulo 19: A Decisão Arriscada

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O vento frio soprava forte enquanto Alinne e Estefani avançavam pelos escombros de uma cidade devastada. Depois de dias tentando se afastar da costa, com poucas opções de alimentos e abrigo, as duas já estavam exaustas. Mas, no horizonte, algo chamou a atenção delas — um grande edifício, ainda de pé, que se destacava contra o céu nublado.

"Olha lá! Parece um aeroporto," apontou Estefani, apertando os olhos para enxergar melhor através da poeira e dos destroços.

Alinne parou e observou. "Sim, parece que ainda está de pé. Quem sabe o que podemos encontrar lá? Pode ser nossa chance."

Com esperanças renovadas, elas seguiram na direção do aeroporto. Ao se aproximarem, perceberam que o prédio principal estava bastante danificado: as janelas estavam quebradas, partes do teto haviam desabado, e os restos de aviões incendiados estavam espalhados pelo asfalto. Mesmo assim, era o local mais promissor que haviam encontrado em dias.

Entrando com cuidado pelo terminal abandonado, começaram a vasculhar o local, movendo destroços e procurando por qualquer coisa que pudesse ser útil. A atmosfera era silenciosa, exceto pelo som de seus passos ecoando e o ocasional rangido de metal retorcido.

De repente, um som fraco quebrou o silêncio — um gemido, quase imperceptível, vindo de um canto escuro do terminal. Alinne e Estefani trocaram olhares e, sem hesitar, seguiram o som até encontrarem uma pilha de escombros.

"Acho que alguém está preso ali," disse Estefani, começando a remover pedaços de concreto e metal.

Com esforço, as duas começaram a tirar os destroços, revelando aos poucos um homem preso embaixo. Quando finalmente o libertaram, ele tossiu e respirou com dificuldade, claramente abalado pelo que quer que tivesse passado.

"Você está bem? Quem é você?" perguntou Alinne, agachando-se ao lado dele para ajudá-lo.

O homem, ainda tentando recuperar o fôlego, murmurou: "Sou... Sato. Sou piloto. Estava... procurando por suprimentos quando... quando o terremoto aconteceu."

Um brilho de esperança passou pelos olhos de Alinne. "Você disse que é piloto? Há aeronaves aqui que ainda possam voar?"

Sato assentiu levemente. "Sim, há algumas no hangar que ainda estão em condições de voo. Mas, com o clima atual... é extremamente arriscado."

Alinne olhou para Estefani, uma ideia se formando rapidamente. "Precisamos sair do Japão. Se conseguirmos chegar à Nova Zelândia, poderemos planejar uma maneira de chegar à Antártica. É nossa única chance de sobreviver."

Estefani, sentindo a urgência na voz de Alinne, concordou. "Cada segundo aqui é perigoso. Se há uma chance de sair, mesmo que pequena, temos que tentar."

Sato, vendo a determinação no olhar das duas mulheres, respirou fundo e assentiu. "Vocês salvaram minha vida. O mínimo que posso fazer é tentar levá-las para a Nova Zelândia. Mas vocês precisam entender que será uma viagem incrivelmente perigosa. As tempestades estão se formando, e não há garantias."

"Sabemos dos riscos," disse Alinne firmemente. "Mas não temos escolha. Precisamos fazer isso."

Com a ajuda de Estefani, Sato se levantou com dificuldade. As três seguiram em direção ao hangar, onde algumas aeronaves intactas ainda permaneciam. O vento uivava ao redor delas, e o céu escuro prometia tempestades iminentes. Mesmo assim, todas estavam decididas a embarcar naquela jornada, cientes de que era a única chance de continuar lutando por suas vidas e por aqueles que amavam.

Enquanto entravam no hangar, o rugido distante de trovões ecoou ao longe, como um presságio do que estava por vir. Com corações acelerados e uma determinação feroz, subiram a bordo do avião, prontas para enfrentar o que quer que estivesse à frente.

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