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ALLANA

Chegamos na casa da vó do Pitico, a senhora baixinha de cabelos grisalhos veio nos atender e ele colocou a arma nas costas e ajeitou a blusa.

Pitico: Ela não deixa entrar com arma na casa dela, mas pela sua segurança tenho que fazer isso, então não conta não patroa, faz esse favor.

Allana: Tá suave, vou ficar na minha.

Valda: Entra menina, não fica com vergonha não, pode entrar. - eu sorri entrando - Você é namorada do meu neto?

Pitico: Vó! - ela olhou pra ele - Ela não é minha namorada.

Valda: É o que então?

Pitico: Minha patroa, tô fazendo a segurança dela entendeu? - ela arregalou os olhos

Allana: Calma dona Valda, não sou traficante. - sorri - Patroa é o jeito deles me tratar em respeito ao meu pai. - ela ficou aliviada

Valda: Ah bem, se não ia te colocar pra fora. - sorriu - Qual seu nome?

Allana: É Allana. - ela pegava pratos no armário

Valda: Está de quanto tempo? - a olhei sem entender - A gravidez menina. - eu ri

Allana: Tenho dificuldade pra ter filhos dona Valda, então não estou grávida. - ri e Pitico bateu com a mão na testa

Valda: Não foi o que eu vi... E você ta com cara de mãe. - me olhou

Allana: Eu meio que sou mãe, tenho dois afilhados e dois filhos do coração.

Valda: Acho que você já é mãe Allana, só não sabe ainda. - sorriu

Pitico: Vó, para de perturbar ela também! - eu ri

Valda: Eu vi, não posso ficar quieta.

Allana: Tá tudo bem, relaxem.

Pitico: Minha vó tem dessas, de tudo sentir e achar, vê tudo essa coroa. - riu

A dona Valda tinha feito um salpicão, delícia demais, amo salpicão. Comida de vó é outra coisa né? Ai eu amo, pena não ter convivido muito com as minhas.

Allana: Pitico? - ele me olhou - Qual seu nome mesmo?

Pitico: A senhora sabe que não posso falar né?

Allana: Por favorzinho, sou curiosa. E para de me chamar de senhora. - ri

Pitico: Não posso patroa.

Allana: É uma ordem, fala seu nome todo.

Pitico: André Macedo Félix, só não conta pra ninguém, tu sabe.

Allana: Ih, somos parentes! - brinquei - Também sou Macedo.

Pitico: É do meu pai. - tomou um gole do refri

Allana: E qual o nome do seu pai? - dei mais uma garfada no salpicão

Pitico: Anderson. - me entalei com o salpicão - Calma aí. - deu uns tapinhas na minhas costas - Levanta os braços. - assim eu fiz - Minha avó que diz isso. - rimos

Allana: Quantos anos você tem? - comecei a reparar nele

Pitico: Vinte e nove, mas virou interrogatório agora? - riu - Tu tem quantos anos?

Allana: Só pra gente conversar, sei lá, distrair. Mas eu tenho vinte e sete.

Cara, será? Só isso que me perguntava, reparando bem, ele parece muito com meu pai, alto e forte, mesmo tom de pele, olhos, todo o rosto. Como não reparei isso antes? Também não posso assustar ele, pode nem ser o mesmo Anderson.

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