Capítulo 14: O Despertar do Desejo

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Jihoon entrou na cabine de Hyunsoo, sentindo o calor subir por seu corpo ao perceber a proximidade do capitão, ainda apenas com a toalha enrolada na cintura. O ambiente era pequeno e intimista, a luz suave e difusa, criando um contraste com o brilho do luar que entrava pelas janelas. O silêncio entre eles era palpável, carregado de uma tensão que Jihoon mal conseguia suportar.

Hyunsoo fechou a porta atrás de Jihoon e se aproximou, seus movimentos lentos e controlados, como se estivesse tentando não assustá-lo. Ele parou a poucos passos do jovem, seus olhos estudando cada detalhe da expressão de Jihoon, que parecia perdido em uma batalha interna.

— Jihoon, — começou Hyunsoo, sua voz baixa e grave. — O que o trouxe até aqui?

Jihoon respirou fundo, tentando encontrar as palavras certas, mas elas pareciam sempre lhe escapar. Tudo o que ele sabia era que precisava entender o que estava acontecendo entre eles, precisava de respostas para a confusão que sentia. E, mais do que tudo, precisava estar perto de Hyunsoo, mesmo que isso o assustasse.

— Eu... não conseguia dormir, — confessou Jihoon, a voz quase um sussurro. — Não conseguia parar de pensar... em você, no que aconteceu entre nós.

Hyunsoo assentiu lentamente, compreendendo o que Jihoon estava tentando dizer. Ele também não havia conseguido tirar o jovem pianista da cabeça desde a noite anterior. A presença de Jihoon na sua cabine, naquele momento, era a resposta para uma pergunta que Hyunsoo ainda não havia formulado, mas cuja resposta ele já conhecia.

— Você não precisa ter medo, Jihoon, — disse Hyunsoo, dando mais um passo em direção a ele. — Eu estou aqui com você. Vamos entender isso juntos, sem pressa.

Jihoon sentiu o ar ficar mais denso ao redor deles. O coração batia forte no peito, e ele sabia que estava à beira de algo que nunca havia experimentado antes. Ele havia passado toda a vida acreditando que sabia quem era, o que queria, mas agora, diante de Hyunsoo, tudo parecia diferente. Sentia um desejo crescente dentro de si, algo que ele nunca imaginou que pudesse sentir por outro homem.

Hyunsoo levantou a mão, hesitando por um momento antes de tocar o rosto de Jihoon com uma suavidade que o fez tremer. Ele acariciou a pele quente do jovem, seus dedos deslizando delicadamente pela linha do maxilar de Jihoon. O toque era ao mesmo tempo reconfortante e eletrizante, despertando sensações que Jihoon não sabia que existiam.

— Se você quiser que eu pare, diga agora, — murmurou Hyunsoo, seus olhos fixos nos de Jihoon, buscando qualquer sinal de hesitação.

Jihoon sabia que deveria dizer algo, que deveria talvez recuar, mas tudo o que ele conseguia fazer era se inclinar para o toque de Hyunsoo, fechando os olhos e permitindo-se sentir. O conflito interno ainda estava lá, mas havia também uma aceitação silenciosa, uma curiosidade insaciável que o impelia a continuar.

— Não pare, — sussurrou Jihoon finalmente, sua voz tremendo com a intensidade do momento.

Com essa permissão, Hyunsoo aproximou-se mais, até que seus corpos quase se tocassem. Ele inclinou a cabeça e, de maneira suave e deliberada, beijou Jihoon novamente. Desta vez, o beijo foi diferente do anterior; não havia pressa, apenas uma exploração cuidadosa e apaixonada, como se Hyunsoo estivesse determinado a gravar cada sensação em sua memória.

Jihoon, inicialmente rígido, começou a relaxar, permitindo que seu corpo reagisse ao toque do capitão. Ele sentiu os braços de Hyunsoo envolverem sua cintura, puxando-o para mais perto, e deixou-se levar pelo momento. O medo e a dúvida começaram a derreter, substituídos por uma onda de calor e desejo que ele nunca havia sentido antes.

O beijo se aprofundou, e Jihoon se perdeu nas sensações que dominavam seu corpo. As mãos de Hyunsoo, firmes e ao mesmo tempo gentis, exploravam suas costas, provocando arrepios que corriam por toda a extensão de sua pele. Cada movimento era uma descoberta, cada toque uma confirmação de algo que Jihoon não sabia que procurava.

Quando finalmente se separaram, ambos estavam ofegantes, os corações batendo em sincronia. Jihoon abriu os olhos, encontrando os de Hyunsoo, que o observava com uma mistura de carinho e desejo.

— Isso... — começou Jihoon, mas as palavras falharam novamente. Ele estava tentando processar o que acabara de acontecer, mas era difícil encontrar as palavras certas.

Hyunsoo sorriu suavemente, compreendendo sem que Jihoon precisasse dizer mais nada. — Não precisa dizer nada agora. Apenas saiba que estou aqui, e que vamos descobrir isso juntos.

Jihoon assentiu, sentindo-se mais seguro do que nunca ao lado de Hyunsoo. Embora ainda estivesse confuso, havia uma sensação de alívio, como se finalmente estivesse aceitando uma parte de si mesmo que antes lhe parecia inacessível.

— Eu confio em você, capitão, — disse Jihoon, com uma firmeza que o surpreendeu.

Hyunsoo sorriu, puxando Jihoon para um abraço reconfortante, deixando que o jovem sentisse a batida constante de seu coração. Naquele momento, tudo parecia fazer sentido, mesmo que apenas temporariamente.

Enquanto isso, no salão principal, Eunji estava sozinha, sentada em uma das poltronas de couro perto da janela. Ela havia notado o movimento de Jihoon mais cedo e suspeitava que ele estivesse indo encontrar o capitão. Seu coração se apertou ao pensar neles juntos, e uma mistura de ciúme e tristeza tomou conta dela. Eunji sabia que seus sentimentos por Hyunsoo eram profundos, mas ele parecia cada vez mais distante, especialmente desde a chegada de Jihoon.

Alice entrou no salão em silêncio, percebendo a presença de Eunji e a expressão tensa em seu rosto. Sentindo que algo estava errado, ela se aproximou, sentando-se ao lado de Eunji. Alice sempre teve um cuidado especial com aqueles ao seu redor, e agora, ela via uma oportunidade de apoiar Eunji, mas também de entender melhor o que estava acontecendo entre ela, Jihoon e Hyunsoo.

— Você parece perturbada, Eunji, — comentou Alice, sua voz suave e preocupada.

Eunji olhou para Alice, surpresa pela observação. — Estou... um pouco confusa, para ser honesta. As coisas no navio estão mudando, e acho que não estou lidando bem com isso.

— Mudanças são sempre difíceis, — respondeu Alice, compreensiva. — Mas, às vezes, elas trazem oportunidades inesperadas. Você já pensou em como pode lidar com essas mudanças a seu favor?

Eunji ponderou as palavras de Alice, percebendo que, talvez, ainda houvesse uma chance de conquistar o coração de Hyunsoo. Ela não estava pronta para desistir, e a ideia de lutar pelo que queria começou a tomar forma em sua mente. — Você pode estar certa, Alice. Talvez seja hora de eu agir de forma diferente.

Alice sorriu, satisfeita por ter plantado uma semente de determinação em Eunji. Ela sabia que a jovem era forte e determinada, e que suas emoções a guiariam por um caminho difícil, mas necessário.

De volta à cabine de Hyunsoo, o silêncio que se seguiu entre ele e Jihoon não era mais carregado de tensão, mas de uma paz recém-descoberta, uma conexão que ambos sabiam ser apenas o começo de algo maior. O capitão manteve Jihoon próximo, os braços firmes ao redor dele, enquanto ambos respiravam juntos, sincronizados. Para Jihoon, essa era uma experiência nova e assustadora, mas ao mesmo tempo, reconfortante, como se estivesse finalmente se permitindo ser quem realmente era.

O som das ondas do mar lá fora combinava com a tranquilidade do momento, e enquanto o navio balançava suavemente, os dois ficaram ali, compartilhando um silêncio que dizia mais do que palavras poderiam expressar.

Horizontes entrelaçadosOnde histórias criam vida. Descubra agora