A festa continuava vibrante no salão principal, mas para Jihoon, tudo ao redor parecia envolto em um véu de mistério e ansiedade. O cartão-chave frio em sua mão pesava mais do que qualquer coisa que ele já tivesse segurado antes. A decisão que tomaria aquela noite não seria apenas sobre seguir as ordens de Hyunsoo, mas sobre confiar no capitão de uma maneira que ele nunca havia confiado em ninguém.
Sangwoo, sempre atencioso, percebeu o distanciamento de Jihoon. — Tudo bem com você? — perguntou ele, com uma preocupação genuína em sua voz.
Jihoon olhou para o amigo e sorriu, embora o sorriso não alcançasse completamente seus olhos. — Sim, só... estou um pouco cansado. Acho que vou me retirar mais cedo.
Sangwoo franziu o cenho, mas não insistiu. — Se precisar de alguma coisa, estarei por aqui. Não hesite em me procurar.
— Obrigado, Sangwoo, — respondeu Jihoon, apertando levemente o ombro do amigo antes de se afastar.
Com passos hesitantes, Jihoon deixou o salão principal, caminhando em direção aos corredores menos movimentados do navio. A música e as vozes abafadas ficaram para trás, substituídas pelo som suave de seus próprios passos ecoando no corredor vazio. Cada passo que dava em direção à cabine do capitão parecia levar uma eternidade, e sua mente corria em círculos.
Chegando à porta da cabine de Hyunsoo, Jihoon parou por um momento, o coração batendo forte. Ele olhou para o cartão-chave em sua mão, a decisão à sua frente clara, mas carregada de incertezas. Inspirando profundamente, ele deslizou o cartão na fechadura e ouviu o clique suave da porta se destravando.
Ao abrir a porta, Jihoon foi recebido por uma suave penumbra. As cortinas estavam parcialmente fechadas, permitindo que apenas um fio de luz da lua iluminasse o interior da cabine. O ambiente era elegante e organizado, com a marca distinta do capitão em cada detalhe. A cama grande no centro parecia convidativa, mas também carregava um peso simbólico que Jihoon não podia ignorar.
Fechando a porta atrás de si, Jihoon avançou lentamente, sentindo o chão macio sob seus pés. Ele deixou seus dedos deslizarem sobre os móveis polidos, tentando acalmar a ansiedade crescente em seu peito. O silêncio era quase opressor, mas ao mesmo tempo, havia uma sensação de expectativa no ar, como se o próprio espaço estivesse aguardando o que estava por vir.
Jihoon se sentou na beirada da cama, o coração ainda acelerado. Ele não sabia quanto tempo levaria para Hyunsoo voltar, mas cada segundo parecia se estender infinitamente. Seus pensamentos continuavam a fluir, misturando-se em uma tempestade de sentimentos — desejo, medo, curiosidade, e, acima de tudo, uma incerteza que o deixava tonto.
Enquanto isso, do outro lado do navio, Hyunsoo estava imerso em uma reunião tensa com seus parceiros das operações clandestinas. A sala escura, iluminada apenas por algumas lâmpadas discretas, estava carregada de uma atmosfera pesada. Homens de olhares duros e intenções duvidosas discutiam em sussurros, planejando os próximos passos com a precisão de um cirurgião.
Hyunsoo, embora presente de corpo, tinha a mente dividida. Ele sabia que precisava estar completamente focado nas negociações, mas a ideia de Jihoon sozinho em sua cabine, aguardando por ele, não saía de seus pensamentos. O capitão estava ciente dos perigos que os rodeavam, dos riscos que corriam, mas também sabia que, de alguma forma, Jihoon havia se tornado parte de sua vida de um jeito que ele nunca esperou.
— Tudo está pronto, capitão, — disse Minho, um dos homens de confiança de Hyunsoo, interrompendo seus pensamentos. — As mercadorias serão transferidas no horário previsto. Não há margem para erros.
Hyunsoo assentiu, sua expressão séria. — Certifiquem-se de que tudo ocorra sem contratempos. Qualquer deslize pode custar caro.
Donghyun, outro dos parceiros, lançou um olhar curioso para Hyunsoo, como se notasse algo diferente na postura do capitão, mas decidiu não comentar. Ele sabia que Hyunsoo era um homem reservado, e questioná-lo nunca seria uma boa ideia.
Com as instruções dadas, Hyunsoo se levantou, sentindo o peso das decisões que havia tomado naquela noite. Ele sabia que a operação era crucial, mas também sabia que algo maior estava em jogo — algo que envolvia Jihoon e os sentimentos que ele não podia mais negar.
Ao sair da sala e começar a caminhar de volta para sua cabine, Hyunsoo sentiu uma mistura de antecipação e apreensão. Cada passo o aproximava de Jihoon, e ele sabia que o que aconteceria a seguir mudaria para sempre a relação entre eles.
Quando finalmente chegou à porta de sua cabine, Hyunsoo parou por um momento, respirando fundo. Ele sabia que, dentro daquele quarto, um novo capítulo estava prestes a começar, um capítulo que traria tanto prazer quanto complicações. Ele girou a maçaneta com cuidado, abrindo a porta para encontrar Jihoon sentado na cama, seus olhos grandes e brilhantes voltados para ele.
Hyunsoo fechou a porta atrás de si, e o silêncio que se seguiu foi carregado de tensão. Ele caminhou lentamente até Jihoon, cada passo ecoando no silêncio da cabine.
— Você veio, — murmurou Hyunsoo, a voz suave, mas carregada de emoção.
— Eu confiei em você, — respondeu Jihoon, seu tom refletindo tanto a certeza quanto a vulnerabilidade do momento.
Hyunsoo parou em frente a Jihoon, estendendo a mão para tocar suavemente o rosto do jovem. O toque fez Jihoon estremecer ligeiramente, mas ele não recuou. Ao contrário, ele se inclinou levemente para o toque, sentindo a calidez da mão do capitão contra sua pele.
— Eu sei que está confuso, Jihoon, — disse Hyunsoo, sua voz firme, mas cheia de uma gentileza rara. — Mas quero que saiba que estou aqui com você. E que não há nada que você precise temer.
Jihoon sentiu uma onda de emoção atravessar seu corpo. Ele sabia que estava prestes a cruzar um limite, um ponto sem retorno, mas, naquele momento, com Hyunsoo tão próximo, a única coisa que ele queria era se entregar àquele sentimento, se entregar ao capitão.
Hyunsoo se inclinou e, com uma suavidade que contrastava com sua habitual firmeza, beijou Jihoon, selando o que parecia ser uma promessa silenciosa entre eles. Um beijo que não era apenas de desejo, mas de algo mais profundo, algo que ambos estavam apenas começando a entender.
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Horizontes entrelaçados
RomanceA história segue Jihoon, um pianista talentoso, e Hyunsoo, o enigmático capitão de um navio de luxo. A atração entre eles é imediata, mas enquanto seu relacionamento se aprofunda, Jihoon descobre segredos sombrios sobre Hyunsoo. A situação se compli...