Rainha

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A tensão em si era palpável, correndo entre as passagens escuras e negras, com sua mão  firmemente apertada em volta da tocha, tomando cuidado para não soltá-la acidentalmente. Se ela caísse, ela perderia a única fonte de luz que tinha agora.

A escuridão havia chegado há muito tempo, e o castelo mesmo em meio às brigas, gritos e traições, era escuro.

Quando mais suas passadas seguiam pelas passagens, mais o sons de aço, gritos mortais e o cheiro do fogo e da morte desapareciam.

Mas somente quando ela chegou ao poço do dragão ela se permitiu acender a tocha que estava na entrada e suspirou.

Ela não sabia para onde estava indo. Ela tentou não pensar nisso, porque assim ela certamente não encontraria a resposta. Algo a chamava e ela iria responder, precisava ser rápido, precisava ser forte e  corajosa, e orava aos deuses que ajudassem a acabar com essa rebelião.

Era como se algo a estivesse chamando, sem usar seu nome. Não lhe causou medo, mais curiosidade e excitação. Uma ligação.

E ela sabia que qualquer que fosse o dragão. Os deuses os enviaram para a ajudar no momento certo.

As Cavernas Draconianas eram como seu segundo lar, associado por ela ao calor e aos dragões, mas pela primeira vez ela teve a sensação de que poderia haver algo mais aqui que ela não sabia.

Ela não estava aqui há mais de seis luas desde que seu pai partiu para a guerra, sua mãe tinha muito medo de a deixar ir sozinha e seus primos cavaleiros, em sua maioria estavam ocupados ajudando sua mãe, ou não eram experientes o suficiente com suas montarias ao olhar da rainha.

Mas agora sua mãe estava morta. Após o parto. O parto do seu irmão, que veio mais cedo do que o previsto após saber que seu pai morreu em batalha.

E seu primo estava tentando tomar o castelo com uma companhia de mercenários, ao menos adivinharia. Afinal a maior parte do reino nunca trairia eles.

Visenya viu o olhar estranho e maligno quando sua mãe foi levada as câmaras de parto. Viu como exigiu que os soldados a levassem para o quarto e a deixassem lá. Viu como não foi autorizada a sair.

Ouviu gritos.

Sentiu o cheiro de fogo e sangue.

O cheiro das Cinzas, os gritos de seus soldados e dos Dragões e sabia que precisava fazer algo.

Ela correu pelas passagens até o quarto do seu irmão. Ele também estava sendo vigiado, mas por dentro eram suas babás, só porta a fora estava os traidores.

Eles se aproveitaram, e a mulher os levou de volta a passagem, os levando para as câmaras de parto.

Sua mãe havia dado a luz, mas o traidor estava lá, as parteiras e empregadas acuadas em um canto enquanto sua mãe lutava com lágrimas nos olhos.

Isso só a enfureceu. Mas Gale não a deixou sair. Não com eles lá. E eles precisaram ficar e ouvir como aquele desgraçado, iria se tornar rei, como tomaria a coroa e os mataria.

Ele atingiu sua mãe. No rosto. E sua Fúria era a de um dragão rugindo lá fora.

Visenya tinha lágrimas nos olhos, mas a boca tampada pela babá ds seu irmão, psra não chamar atenção.

Quando eles saíram, ela correu. Ela não se importou com barulho ou com qualquer coisa além de chegar a sua mãe, chorando e gemendo dolorosamente na cama com um bebê nos braços.

Ninguém mais no quarto.

Ele a deixou para morrer só enquanto levou todos os outros.

Mas não ali.

Sangue do ConquistadorOnde histórias criam vida. Descubra agora