Sem Dó, Sem Piedade; Sem Humanidade

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Maegor enlouqueceu. Diziam alguns.

Sua parte draconiana tomou conta. Outros diriam.

Contudo, o que todos sabiam como certo era a que isso começou com o ataque a sua esposa.

A princesa Consorte, A Luz do Reino da Nova Valíria foi tomada do seu lar e o caos se instalou então.

De Pedra sobre pedra. Dos céus aos mares, tudo foi revirado e destruídos. E tudo sob a fúria dos dragões.

O povo foi poupado, mas não todo. E os pequenos, os plebeus e até os sacerdotes da luz tremeram ao descobrir sobre o caso. Algo que todos deveriam saber é o quão possessivo poderiam ser os dragões, e tirar algo deles...

Mesmo Visenya se descobriu chocada com a crueldade e raiva do seu filho mais velho, seu herdeiro. Mesmo durante a conquista, onde Maegor torturou, matou e sangrou, não pareceu tão... Real.

E finalmente ela entendeu a intensidade dos seus sonhos. Aquele futuro, quebrou seu passado. Os sonhos que lhe foram entregues como aviso, a vida vista como a do seu filho era por isso.

Enlouquecido pela dor de estar afastado daquilo que lhe é seu direito, seu destino. Retirado e sem chance de encontrar sua chama gêmea e cuida-la.

Visenya nunca temeu o filho, mas ao olhar a naturalidade com a que ele torturava meninos verdes até Homens forjados em aço, era o que a fez saber que mais do que tudo, tomou a decisão certa de tirar seu filho de Westeros.

Agora, só precisava garantir que seu filho não fizesse seu reino sangrar até o fim. E para isso, Polirys precisava ser encontrada, viva e bem. Ou Nova Valíria se tornaria algo pior do que Harrenhal.

Algo próximo tão forte e final quanto Valíria teve.

Os traidores e todos aqueles que pareceram simpatizar com a armação não tiveram chance ou piedade.

Maegor cortaria seus dedos. Depois rasga suas
barrigas e puxa suas entranhas para fora.

Alguns aplicaria a Águia De Sangue, abrindo
suas costas, virando suas costelas para fora e
puxando os seus pulmões para o alto.

Alguns queimam.

Outros esquartejava vivos.

Alguns, como o caso de um má família inteira que foram descobertos tramando contra seu governo, são obrigados a observar seus familiares e filhos serem torturados até o ponto de chegarem a hora a simplesmente parar de chorare olharem entorpecido, aceitando seu destino.

Mas Maegor faz questão de pegar as cabeças
de cada um da família e enfiar em estacas.

A família extensa dos Raellaeris, que buscavam vingança pela morte de Lorde Raellaeris e sua esposa, a irmã traidora da princesa, foram com certeza o caso a ficar marcado pela história sobre o que acontecia com aqueles que mexiam com verdadeiros dragões.

"Peguem todo o ouro Raellaeris. Tirem tudo de
valor de dentro. Uma parte do saque dada a vocês."

Afirmou ao patronato da Guarda do Dragão. Em pouco tempo tudo o que era dos Raellaeris
que tinha algum valor é arrancado do castelo.

"O ouro e a prata são meus. Os objetos, joias,
sapatos e roupas e todas as moedas de bronze
são todos seus."

Então, sob o olhar de Antony Raellaeris, o último membro vivo e aquele que lhe cuspiu na oferta de paz usando o conhecimento, dado por Nevea antes de sua morte, sobre o má passagem a entrar no castelo, ele sobe em Canibal.

"Dracarys!" e o lar ancestral dos Raellaeris é
transformado em uma pilha fumegante.

Homens foram estilhaçados até a morte em uma roda de tortura, foram chicoteados e açoitados em postes ou andaram pelas ruas deixados a Mercer de uma multidão furiosa que foram avisados sobre seus pescados.

Tudo se tornou uma loucura. E embora o povo tivesse receio e estivesse apavorado pela nova disposição dos dragões, ainda acreditaram estar seguros, já que mesmo em meio a tudo isso, suas seguranças e cuidados continuaram a ser garantidos.

Embora não soubessem quais torturas a maioria dos envolvidos sofriam, todos podiam afirmar que a criminalidade entre o povo abaixou consideravelmente, pois até mesmo o povo tinha receio de levar a ira do futuro rei.

Lorde Fifer, de Assaí foi torturado na Roda da Viva. Que de Roda Viva este aparelho não tinha nada! Consistia em uma roda na qual o torturado era preso com as costas voltadas para o interior do instrumento. Abaixo da roda, o torturador colocava fogo. A roda, então, era girada. A pessoa assava, aos poucos, como se estivesse em uma churrasqueira, acima da brasa. Em outros casos, o carrasco substituía a brasa por objetos pontiagudos, o que fazia com que, conforme a roda fosse girando, a pessoa fosse sendo mutilada aos poucos.

Maegor voava por todas as suas terras praticamente dia e noite, e quando não, estava a torturar e arrancar informações entre aqueles que podiam estar envolvidos.

A rainha Visenya não parecia procurar controlar seu filho, mas organizava buscas marítimas coordenadas, por céu também e espalhou homens sem rosto por todo o seu continente atrás das princesas.

Os dragões, mais do que o povo, parecia entender e sentir as mudanças do castelo, e Arion, o dragão da Princesa Viserra era observado com cuidado para caso tentasse chegar a sua cavaleira.

E embora o mesmo voasse, parecia ficar confuso as vezes e parar sem pistas, deixando a todos extremamente frustrados.

Rhaegar tomou conta de toda a guarda do castelo, a cavalaria, os soldados, a guarda do dragão e os imaculados. Todos observaram e se surpreenderam como o apelidado como O Príncipe Manco, andaria firmemente com a ajuda de uma bengala de aço Valiriano e vestido com couro negro resistente enquanto organizava esquadrilhas, pelotões e a posição de defesa e ataque para todos o castelo.

O mesmo deu lugar ao homem da guarda, provando as palavras de sua mãe; deixe o menino morrer, para o homem nascer.

Novas torturas e métodos foram criados e até mesmo os Lordes mais leais se mostraram desconfortáveis e apavorados com as armadilhas criadas para traidores.

A boca do crocodilo foi uma arma criada em Dorne, que não só se dispõe a ajudar com as buscas, mas aprisionou e torturou seus próprios suspeitos, em apoio aos soberanos.

O torturado era obrigado a entrar em um tubo de dentes de crocodilos, que funcionavam como pregos. Dentro, apenas seu rosto e seus pés ficavam expostos. Aí começava a pior parte. Com fogo, o torturador aquecia, gradualmente, o dente de crocodilo, queimando as vítimas. Era o preço por não passar informações. O fogo também podia ser colocado diretamente na face ou nos pés da pessoa. Quem pegava mais pesado obrigava o torturado a se agachar dentro do próprio anel, movimento que acabava perfurando os órgãos vitais da vítima.

Maegor sabia que sua esposa nunca aprovaria isso. No entanto, algo dentro de si faltava. E era ela.

Era como se toda a sua consciência e paciência desaparecesse. Um vazio o assolava tirando sua paz e humanidade.

E ele entendeu o vazio significativo que sempre o assolou. A falta de sua chama gêmea antes de a conhecer. Algo que lhe deixava incomodado e inquieto, sempre tentando lutar e ocupar sua mente para não sentir falta.

E então o sentimento de estar completo quando a viu pela primeira vez. E como tudo o que conseguia pensar era em lhe garantir todo o amor e jóias do mundo.

Como garantiria que soldados disfarçados estivessem sempre ao seu redor, como mandaria por empregadas compradas por seu ouro levassem doces e guloseimas para ela. Ou como fez vários acordos entre as cidades portuárias com Lorde Mantaryan serem renovados e aumentados para que ela tivesse todos e qualquer desejos atendidos.

Isso nao era o suficiente. Nunca seria, mas foi um começo. E mesmo assim, nada pareceu ser o suficiente até que ela estivesse em seus braços depois de seu casamento. Até que pudesse lhe tocar e acariciar sua pele, cuidar de seus cabelos e realizar frente a frente cada um dos seus desejos.

Ele precisava dela.

Não existia sem ela.

Sua humanidade não existia sem ela.

E mesmo que tivesse que destruir cada canto de Valíria, algo que ele e sua mãe tanto lutaram e conquistaram, só para lhe achar, então o faria sem  sem dó ou piedade.


Sangue do ConquistadorOnde histórias criam vida. Descubra agora