Cap 20: dá tempo ao tempo...

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No corredor da pensão, Guto passava rápido, com a cabeça baixa, enquanto Chicão, que percebeu a mudança no irmão, tentava entender o que estava acontecendo.

Chicão: Ô, Guto! - ao vê-lo saindo da cozinha. - O que tá pegando, mano? Cê tá me evitando?

Guto parou, mas não se virou. Respirou fundo, apertando o punho, como se estivesse tentando segurar as palavras que queria gritar.

Guto: Não tô evitando você, Chicão. Só... tô ocupado. - respondeu sem convicção, recomeçando a andar em direção ao quarto. - Não quero falar sobre isso. - respondeu de forma seca, empurrando a porta para fechá-la.

Chicão franziu a testa, claramente desconfiado. Caminhou atrás de Guto, determinado a esclarecer a situação.

Chicão: Ocupado com o quê? A gente sempre trocava umas ideia...Ah, quer saber? - segurou a porta antes que ela se fechasse. - Cê tá assim por causa daquela aposta que eu e o velho fizemo, não tá?

Guto parou. Por um momento, o silêncio tomou conta do quarto, mas logo foi quebrado pela voz amarga de Guto.

Guto: Vocês apostaram a decisão mais dificil da minha vida,envolvendo a mina que gosto... - Ele finalmente se virou, os olhos carregados de frustração. - Que tipo de irmão e pai fazem isso?

Chicão abaixou o olhar, se sentindo culpado.

Chicão: A gente não achou que cê fosse levar a sério essa parada ai mano...

Guto: Pois eu levei! - Guto interrompeu, a voz mais firme. - Pra mim, não é brincadeira! apostando quanto tempo vai durar... isso machuca.

Chicão suspirou, passando a mão pela nuca.

Chicão: Eu... eu não pensei que fosse te magoar assim, Guto. Desculpa, eu de verdade. não tenho como desfazer essa besteira, mas posso garantir que essa parada não vai se repetir.

Guto balançou a cabeça, ainda ferido, mas reconhecendo a sinceridade no pedido de desculpa.

Guto: Espero que aprenda a não fazer piada com os sentimentos dos outros, Chicão. Eu sou seu irmão, pô.

Chicão assentiu, sentindo o peso do que havia feito. O clima ficou tenso por alguns instantes, mas a conexão entre os dois não estava totalmente quebrada. A relação ainda precisava de tempo para se recuperar, mas o primeiro passo tinha sido dado...

Lupita apareceu no corredor, tentando passar despercebida, mas Guto, com o instinto de quem já conhecia seus passos, percebeu.

Guto: espera aí... - ele chamou, a voz baixa, mas firme.

Ela parou, os ombros tensos, sem coragem de encará-lo. Depois de um breve momento de hesitação, virou-se lentamente, os olhos fixos no chão.

Lupita: Sí, yo sé, Guto... Pero... é tão difícil olhar para você agora.

Guto suspirou, passando as mãos pelo rosto. Sabia que estava adiando essa conversa há tempo demais.

Guto: A gente precisa conversar, Lupita. Isso não tá fazendo bem pra nenhum de nós dois. - Ele fez uma pausa, tentando encontrar as palavras certas. - Eu sei que te perdoei, mas... você não consegue me olhar nos olhos desde aquele dia. E, se for pra ser assim, não dá mais.

Lupita: Guto, yo... eu tentei, de verdade. Tentei esquecer lo que hice, mas cada vez que te vejo, só me lembro do que pasó...E... eu no sé... não sei se eu sinto por você o que você merece,Talvez a gente precise dá um tempo, Guto. (A NARRADORA & LEITORES AGRADECEM)

A APOSTA: Enemy Lover // GUMILAOnde histórias criam vida. Descubra agora