cap 46: Que dia é esse?

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Alguns dias haviam passado desde que Guto e Mila compartilharam momentos intensos e divertidos juntos, mas algo parecia diferente.

Mila estava mais distante, agindo de maneira estranha com ele. Guto, sempre atento, notou que ela não estava tão presente, seus sorrisos estavam mais raros e, por vezes, ela evitava contato visual.

Isso o incomodava profundamente, mas ele tentava não pressioná-la, com medo de piorar a situação.

Naquela noite, depois de um dia de trabalho tenso na Mancini Music, Guto tomou coragem e decidiu chamar Mila para jantar, na esperança de esclarecer o que estava acontecendo e resgatar a leveza que tinham antes.

Ele esperou até que ambos estivessem saindo do escritório e se aproximou com o coração na mão.

— Amor... — Ele começou, coçando a nuca e tentando esconder o nervosismo. — O que acha de jantarmos juntos hoje? Eu conheço um lugar incrível. A gente podia relaxar um pouco, só nós dois. O que você acha?

Mila, que estava distraída, olhou para ele com um sorriso forçado, claramente tentando evitar o confronto direto. Ela hesitou antes de responder.

— Ah, Guto... — Ela suspirou, como se estivesse cansada de algo que nem ele conseguia entender. — Eu não posso. Tenho um compromisso esta noite.

Guto, surpreso e decepcionado, tentou disfarçar a tristeza.

— Tudo bem... talvez outro dia, então?

— Claro, outro dia. — Ela respondeu rapidamente, antes de dar um leve aceno e sair apressada, deixando Guto para trás, confuso e com uma sensação de vazio crescente.

Naquela mesma noite...

Mila estava em um elegante restaurante com Hans,  A atmosfera era sofisticada, as luzes suaves iluminavam o rosto de ambos enquanto eles conversavam. Hans parecia relaxado, como se aquela cena fosse uma extensão natural de suas vidas anteriores. Ele observava Mila com um olhar que misturava nostalgia e intenção.

— Mila, você está linda como sempre. — Hans disse, com aquele ar de superioridade que sempre o acompanhava. — Eu tenho pensado muito sobre nós... e acho que ainda temos algo inacabado.

Mila revirou os olhos levemente, mas não disse nada. Ela sabia que Hans não era o tipo de homem que aceitava respostas negativas facilmente. Ele se inclinou um pouco para frente, fixando os olhos nela.

— Olha, vou direto ao ponto. Eu não te esqueci. — Ele disse, com uma confiança quase irritante. — Na verdade, desde que a gente terminou, percebi que cometi um erro. Um grande erro.

Mila respirou fundo, sentindo o peso daquelas palavras. Ela sabia que Hans era o tipo de homem que nunca se dava por vencido.

— Hans... — Ela começou, mas ele a interrompeu.

— Não, espera. Me deixa terminar. — Ele disse, sorrindo com confiança. — Eu quero te fazer uma proposta. Uma proposta de casamento.

O silêncio pairou sobre a mesa. Mila ficou em choque por um momento, suas emoções misturadas. Hans não era o amor da sua vida, ela sabia disso.

Ela olhou nos olhos de Hans, e, apesar das dúvidas e do turbilhão de pensamentos, disse o que ele tanto esperava ouvir:

— Eu aceito.

Hans sorriu vitorioso, enquanto Mila ainda tentava entender o que acabara de fazer...

(...)

O coração batia acelerado e, ao estacionar o carro, ela viu de longe a fachada familiar da pensão de Seu Furtado. Respirou fundo e saiu do carro, indo em direção à entrada. Guto estava na sala comum, rindo de alguma piada que seu irmão Chicão havia feito.

A APOSTA: Enemy Lover // GUMILAOnde histórias criam vida. Descubra agora