Cap 52: A punição

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A audiência foi tensa. O juiz, com uma expressão séria, olhou para Mila.

— Mila Pereira— começou ele, — você foi forçada a participar das ações de Hans, mas a lei não faz distinção entre cúmplice e vítima. Portanto, estou condenando você a um ano de liberdade condicional e 100 horas de serviço comunitário. Você precisa entender a gravidade de suas ações.

Mila respirou fundo, sentindo a pressão no peito.

— Entendo, meritíssimo — respondeu ela, com a voz trêmula. — Mas eu só queria proteger a minha família.

O juiz assentiu, mas sua expressão permaneceu impassível.

— Isso não justifica suas escolhas. Você deve refletir sobre o que aconteceu e aprender a se colocar em primeiro lugar, livre de manipulações.

(...)

Os primeiros dias no abrigo para mulheres vítimas de violência foram difíceis para Mila. Ao entrar, a atmosfera era pesada e cheia de dor. Mulheres de todas as idades se sentavam em círculos, compartilhando suas histórias.

Um dia, enquanto se preparava para começar sua primeira sessão de serviço, ela conheceu uma mulher chamada Laura. Com um olhar triste, Laura se aproximou e disse:

— Oi, você deve ser a Mila. Ouvi que você estava aqui por causa de um cara. Eu também já passei por isso.

Mila, um pouco hesitante, respondeu:

— Sim, foi uma situação complicada... Fui forçada a fazer coisas que nunca imaginei que faria.

Laura a olhou com empatia.

— A gente aprende, não é? Às vezes, o que pensamos ser amor é só controle disfarçado.

(...)

Naquela semana, Mila teve a oportunidade de ouvir várias histórias. Cada relato era uma mistura de força e fragilidade. Ela se sentiu conectada, mas também isolada, presa em seu próprio sofrimento. Durante uma das reuniões, Laura a convidou a compartilhar sua história.

— Mila, você pode nos contar o que aconteceu? — perguntou Laura, incentivando-a.

Mila hesitou, mas decidiu abrir seu coração.

— Eu estava apaixonada... ou pensei que estava. Mas Hans me manipulou, me ameaçou. Eu estava com medo de perder tudo, especialmente a minha família. Quando percebi o que estava fazendo, já era tarde demais.

As outras mulheres a ouviram em silêncio. Quando ela terminou, uma jovem chamada Ana levantou a mão.

— Você teve coragem de sair dessa situação. Isso é o que importa. Você pode se reerguer.

Mila sorriu levemente, tocada pelas palavras de apoio.

— Obrigada. Estou aprendendo a ser forte, mas ainda é difícil.

(...)

Conforme os dias se passavam, Mila começou a se engajar mais ativamente no abrigo. Ela ajudava as mulheres a organizarem atividades e compartilhava sua própria jornada. Um dia, durante uma oficina de arte, uma mulher começou a chorar ao expressar sua dor em um quadro.

— O que eu faço agora? — perguntou ela, desesperada.

Mila se aproximou, acariciando o ombro da mulher.

— O que você sente é válido. Mas lembre-se, a arte é uma forma de libertação. Deixe suas emoções fluir. Você é mais forte do que pensa.

As palavras de Mila ecoaram na sala. Aos poucos, as mulheres começaram a se abrir, compartilhando suas lutas e suas vitórias, sempre com Mila à frente, oferecendo apoio.

A APOSTA: Enemy Lover // GUMILAOnde histórias criam vida. Descubra agora