Saio do meu quarto com o coração pesado, o estômago revirando de nervosismo. Encontro Jungkook me esperando na porta, sua postura rígida, o olhar fixo no chão, enquanto meus pais nos observavam na sala. Eles não perguntaram o que estava acontecendo, muito menos mencionaram o assunto do beijo, mas a tensão no ar era palpável. Era como se eles soubessem que algo importante e sério estava prestes a acontecer.
— Vamos? — Jungkook perguntou baixinho, assim que me aproximo dele, encarando-me com um misto de impaciência e preocupação. Apenas assinto, caminhando em direção aos meus pais, para poder me despedir adequadamente.
— Preciso resolver uma coisa com o Jungkook — Murmuro, tentando soar tranquila, na tentativa falha de esconder o que estava para acontecer. Eles pareciam sentir que algo na minha vida estava errado, mas escolheram não me pressionar para contar.
— Tudo bem, querida. Cuidado — A mais velha aproximou-se, envolvendo-me em seus braços acolhedores e calorosos. Quando me olhou, sorriu gentilmente, deixando um breve carinho em minha bochecha — Lembre-se que no final, tudo ficará bem!
— Amamos você, pequena moça — Meu pai comentou, com um sorriso brilhante. Era bom sentir o apoio deles novamente — Sejam cuidadosos. As ruas se tornaram perigosas.
— Eu cuido dela, senhor Kwon — Jungkook se pronunciou, deixando todos sem completo silêncio. Era estranho ouvi-lo dizer isso para eles, pois ontem mesmo ele declarou que me deixaria sozinha para me proteger de tudo que poderia acontecer de agora em diante.
— Obrigado, Jungkook — Meu pai limitou-se a agradecer, mas não esboçou um único sorriso para aquele homem, ainda mais depois de saber o que havia entre mim e ele.
— Até logo — Disse Jungkook, educadamente, fazendo uma leve reverência para meus pais, que retribuíram o gesto, embora confusos. Saímos e fechamos a porta atrás de nós, o ar do lado de fora frio e pesado. Caminho ao lado de Jungkook para o carro, ambos em completo silêncio, e quando paro ao lado do carro, percebo que minhas mãos estavam trêmulas ao tocar a maçaneta para destravar a porta.
Entramos no carro, e Jungkook deu partida, dirigindo sem uma palavra. O barulho do motor e o som suave da estrada eram os únicos ruídos que nos cercavam. O silêncio entre nós era pesado, quase sufocante, e eu sabia que ambos estávamos imersos em nossos próprios pensamentos. Minhas mãos estavam geladas, e não conseguia parar de pensar no que aquele exame revelaria. A verdade que eu sentia, mas temia em admitir.
Quando chegamos à clínica, tudo pareceu acontecer em um ritmo surreal. Jungkook estacionou o carro, desligou o mesmo e saiu, sem ao menos me esperar. Caminhamos um ao lado do outro para a recepção, entretanto, Jungkook me impediu de me aproximar com ele e sinalizou para que eu o esperasse na sala de espera. O observo se aproximando do balcão, iniciando uma curta conversa com a atendente.
Quando a conversa finalizou, Jungkook se aproximou com uma enfermeira. A mulher jovem me cumprimentou, encaminhando-me para a sala de coleta. O ambiente era frio, estéril, e parecia refletir o que eu sentia por dentro, uma mistura de medo e expectativa. A enfermeira foi gentil, mas eficiente. A coleta para o exame de sangue foi feita em poucos minutos, e então fomos orientados a esperar os resultados na sala de espera.
A enfermeira disse que demoraria cerca de trinta minutos para o resultado ser entregue, pois o meu exame foi pedido com urgência. Caminho para a sala de espera, sem me importar se ele estava me acompanhando ou não. Me sento em uma das cadeiras duras e frias do ambiente, cruzando os braços em volta do meu corpo, como se pudesse me proteger do que estava por vir. Jungkook sentou-se ao meu lado, mas parecia bastante distante, perdido em seus próprios pensamentos.
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BLOOD SAMPLE | JK + Tae + S/N
RomanceAos 21 anos, recém-formada em jornalismo, S/N recebe um convite de sua emissora para realizar uma entrevista com Kim Taehyung, o mafioso mais procurado pela polícia internacional. Pressionada a aceitar, S/N embarca nessa aventura, mas isso acaba mud...