chapter 27 ✔

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Jeon Jungkook

Estaciono o carro em uma rua deserta e silenciosa, o ronco do motor cessando abruptamente assim que giro a chave. As luzes fracas dos postes se estendem até desaparecerem no horizonte, engolidas pela escuridão que cerca o aeroporto clandestino.

O vento uiva baixo entre os galpões abandonados e prédios decrépitos ao redor, trazendo consigo o cheiro de ferrugem e óleo queimado. É um lugar esquecido pelo tempo, onde as sombras parecem dançar, criando silhuetas ameaçadoras nas paredes corroídas pelo abandono. O coração bate firme em meu peito, embora meu rosto mantinha-se impassível.

Essa missão exige mais do que nervos de aço. Exige precisão. Ao desligar o motor, respiro fundo, fechando os olhos por um instante. Em seguida, sem hesitação, abro o porta-luvas e retiro o colete à prova de balas. O velcro rasga o silêncio enquanto o ajusto ao corpo, os músculos tensionados pela adrenalina que começa a correr em minhas veias. Sinto o peso familiar contra meu peito, como uma armadura invisível que carrego em cada operação.

Me abaixo ligeiramente para pegar a arma no banco ao lado, verificando o pente antes de recarregá-la com uma fluidez ensaiada tantas vezes. O clique metálico ecoa dentro do carro. Armo a pistola e a seguro firme, sentindo o frio do metal contra minha pele.

Com um movimento rápido, prendo o distintivo de delegado no cós da calça. A prata brilha, ainda que tênue, sob a luz opaca que escapa dos faróis desligados. Esse é o símbolo da lei, da minha autoridade, mas aqui, neste território que Taehyung comanda como seu império pessoal, significa pouco. Ele me conhece. Sabe o que posso fazer, e eu sei do que ele é capaz. Não estou entrando num território hostil sem consciência dos riscos.

Estou entrando para acabar com isso de uma vez por todas. Saio do carro, a noite me abraçando como um manto, o silêncio sendo minha única companhia. O som dos meus passos é abafado pela poeira e pelos detritos da estrada, e mantenho meu corpo baixo, as costas ligeiramente curvadas, movendo-me com cautela pelas sombras.

O aeroporto clandestino está à frente, a grande estrutura à deriva no horizonte escuro. À primeira vista, tudo parece quieto, mas eu sei que não posso me deixar enganar. Cada centímetro deste lugar pode estar sendo vigiado, câmeras ocultas, olhares invisíveis.

Preciso ser mais rápido que a informação.

Se Taehyung souber que estou aqui antes de eu chegar até ele, a caçada pode acabar antes de começar. O portão está entreaberto, e eu deslizo para dentro, grudando nas sombras como uma segunda pele. O ar dentro do aeroporto tem um cheiro distinto, gasolina envelhecida e concreto. Um silêncio opressor paira, pesado e desconcertante.

Meus sentidos estão à flor da pele, cada nervo alerta, enquanto avanço com a arma à mão. Tudo aqui parece suspenso no tempo, como se estivesse abandonado, congelado num instante que nunca terminou. Ao passar pelas primeiras estruturas, olho ao redor com mais atenção. Não há sinal de movimento, nenhum som além do eco distante de vento através das vigas de metal corroídas pelo tempo. A escuridão dentro do galpão é quase total, exceto pelas poucas luzes vermelhas piscando fracamente de alguns pontos estratégicos no teto, indicando que o sistema elétrico ainda está ativo, mas nada mais.

A desordem é palpável: caixas abandonadas, paletes de madeira quebrados e o rastro de pneus antigos no chão sujo. Cada detalhe me diz que este lugar já foi fervilhante de atividade, mas agora é apenas uma carcaça. Caminho com mais firmeza, mas ainda mantendo a cautela, com a arma erguida e preparada.

Meus passos ecoam contra o concreto frio do chão, abafados mas presentes. Meus olhos varrem cada canto, buscando qualquer sinal de que Taehyung possa estar por perto, qualquer indício de emboscada. Mas nada. Apenas o vazio. O aeroporto, que deveria estar vibrando com o tráfico ilegal que ele comanda, está estranhamente deserto.

BLOOD SAMPLE | JK + Tae + S/NOnde histórias criam vida. Descubra agora