chapter 36 ✔

149 21 14
                                    


Jeon Jungkook

Entro na sala de interrogatório como uma tempestade prestes a desabar.

A porta se abre com um estrondo que ecoa pelo ambiente claustrofóbico e frio, mas minha raiva abafada é o som mais alto na minha cabeça. A senhora Kim está sentada do outro lado da mesa, com as mãos trêmulas segurando uma garrafa de água que mal foi tocada. Sua expressão, uma mistura de nervosismo e falsa tranquilidade, me irrita ainda mais.

— Você está brincando com a minha cara, senhora Kim? — Minha voz saiu grave, controlada, mas com uma ameaça palpável por trás de cada palavra.

Não espero uma resposta de imediato, apenas fecho a porta com força atrás de mim. O impacto violento gerou um estrondo, que reverberou pelo ambiente e fez a mulher pular na cadeira, com os olhos arregalados como os de um cervo encurralado. Medrosa.

Caminho até a mesa com passos lentos, deixando o peso da tensão crescer entre nós. Quando paro, coloco as duas mãos sobre a superfície metálica fria, inclinando-me para frente. Meu rosto está a poucos centímetros do dela, e eu a encaro com um olhar tão penetrante que ela desvia o olhar imediatamente, tentando encontrar refúgio no nada.

— Quantas vezes mais a senhora vai me dar pistas que levam a lugar nenhum? — Pergunto, minha voz agora um sussurro tenso — Quantas vezes vou precisar mandar a minha equipe para missões fracassadas, desperdiçando tempo e recursos preciosos, enquanto o Taehyung continua livre e intocável? Eu estou cansado de correr em círculos atrás das mentiras de alguém que, francamente, parece mais cúmplice dele do que vítima.

Ela engole em seco, com as mãos tremendo tanto que a garrafa de água quase caiu no chão. Seus olhos, agora cheios de lágrimas, prenderam-se nos meus como se ela estivesse buscando clemência, mas eu não estou disposto a conceder nada. Estou cansado disso.

— Por favor, senhor Jeon, eu juro que não estou mentindo — Ela balbucia, sua voz trêmula e carregada de medo — Eu disse tudo o que sabia, mas Taehyung... ele é astuto. Ele deve ter mudado as coisas depois que me deixou para vocês encontrarem. É o mais provável.

Reviro os olhos e me afasto por um momento, andando em círculos ao redor da sala enquanto tento controlar o fogo da minha frustração. Estou queimando por dentro. A mulher, agora chorando, continua a me observar como se a qualquer momento eu fosse explodir.

E, de certa forma, estou à beira disso.

— Taehyung é astuto. Sim, nós sabemos disso. Mas sabe o que mais ele é? — Paro de andar e encaro-a novamente — Ele é meticuloso. Ele planeja tudo nos mínimos detalhes, e é por isso que ele ainda está um passo à frente de nós. Então, se a senhora realmente quer provar que não está me enganando com essas provas, eu sugiro que pense em algo que ele não conseguiria mudar em pouco tempo. Algo que me leve a ele de verdade.

Ela parece paralisada por alguns segundos, provavelmente pensando se é seguro dizer mais alguma coisa. Finalmente, depois de um breve silêncio, ela respira fundo e abaixa a cabeça, como se estivesse prestes a confessar algo que guardou por muito tempo.

— Tem um lugar... uma boate — Ela começa, a voz tão baixa que quase não ouço — É onde ele esconde as meninas que chegam pelo tráfico de pessoas. Durante as madrugadas, ele as usa como prostitutas para agradar seus clientes mais influentes.

— E por que eu acreditaria em você agora, senhora Kim? Você me fez perder a conta de quantas vezes jogou pistas falsas para nos despistar — Meu olhar endurece ainda mais.

— Eu juro, senhor Jeon. Eu juro pela minha vida que desta vez é verdade — Ela soluça, cobrindo o rosto com as mãos — Se você for até essa boate, vai encontrar não apenas as meninas, mas provas suficientes para incriminar Taehyung de uma vez por todas.

BLOOD SAMPLE | JK + Tae + S/NOnde histórias criam vida. Descubra agora