POR QUE O PROIBIDO TEM QUE SER ALGO TÃO TENTADOR?
O que fazer para deixar o passado para trás e não permitir que a dor da desilusão nos impeça de desfrutar o presente? Amber, uma loira de olhos azuis, de dezenove anos de idade e uma beleza capaz de...
— Já estamos morando juntos há um ano, podia deixar eu por uma aliança nesse dedo...
— Sabe o que penso sobre casamentos...
— Antes, sua desculpa era de que eu só queria me casar com você porque estava grávida. E agora, qual o problema?
— Podemos falar disso em casa? Um casamento de cada vez. Essa noite é do meu pai e da Lis.
Demorou que eu aceitasse a Lis na família, mas conforme o tempo foi passando, vi como ela fazia bem ao meu pai. Nada poderia me deixar mais tranquila que aquilo. Donald também respeitou minha decisão de voltar com o Nicholas, na verdade, tenho quase certeza de que ele aprovou a ideia bem mais que eu, já que agora a filha e o neto dele estariam oficialmente protegidos pelo melhor agente que ele já teve.
O flat do Nick foi alugado e vivíamos na minha casa com nosso filho que já estava andando e falando suas primeiras palavrinhas. Não me lembro de ter vivido um ano tão perfeito como esse. Nicholas e eu trepávamos pela casa toda, o tempo todo, e até quando uma briguinha besta surgia, acabava com ele se afogando entre as minhas pernas. Eu não podia reclamar. Até o brilho da minha pele tinha mudado.
Recebi algumas premiações na livraria e subi de cargo para subchefe, estou até escrevendo um livro em off, sem ninguém saber. E claro que Nicholas não conseguiu ficar longe daquela vida com fuzis, por isso, concordamos que ele trabalharia apenas no escritório das operações especiais, e não em missões, se arriscando.
— Águia! — Meu pai chega por trás da gente, e as mesmas mãos bobas que estavam tentando se enfiar embaixo do meu vestido agora sobem ligeiramente para a mesa.
— S-sim? — Ele tosse disfarçadamente.
— Se importa em levar eu e a Lis até o aeroporto? Meu motorista está bêbado e Fox não vai sair de cima daquela mulher tão cedo.
Fox se apaixonou, ela era ruiva, alta e muito generosa.
— Claro que não, ele pode levar sim! — Respondo por ele, que no mesmo instante me encara com uma expressão brava.
— Levo... levo sim!
— Vai conosco, filha?
— Não, não! Vou para casa. Está tarde e preciso liberar a babá!
— Quer que eu te deixe no caminho, amor?
— Não precisa, meu bem. — Digo, dando um beijo nele. — Nosso carro está aqui, lembra? Volto com ele e te ligo quando chegar.
— Certo, então! — Concordou, me dando outro beijo.
Os convidados já tinham ido, estava bem tarde e a caminho dos veículos, após me despedir do meu pai e da Lis, Nick e eu nos distanciamos com uma buzina indo para lados opostos.
Quando chego em casa, a primeira coisa que faço é arrancar aqueles saltos e gritar para a babá que eu havia chegado. Meu celular se acende fazendo um barulho de mensagem e eu o pego na expectativa de ser o Nicholas dizendo que já estava voltando, mas aí, vejo que não era ele e sim a babá.
— O quê...
Minha testa enruga, minhas mãos soam, e meu coração palpita.
A babá tinha acabado de me agradecer por enviar meu irmão para cuidar do Icaris, já que estava tarde demais e ela não conseguiria ficar mais tempo.
Mas que porra de irmão é esse?
Lentamente, eu solto o celular no balcão, amarro meu cabelo e abro a porta do armário da cozinha, pegando a lata de biscoitos, onde eu tinha escondido uma pistola carregada. Não subo as escadas com o punho elevado mirando no escuro, porque meu filho estava ali e eu tinha que ter cautela, mas sigo firme com minhas duas mãos agarradas na arma, pronta para descobrir quem era o outro herdeiro dos Petrova, que brotou na minha casa. Logo, no instante em que empurro a porta do quarto do meu filho, tudo que imaginei que fosse impossível de acontecer se torna possível.
— O-Oliver...
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