Capítulo 48 - Coração amargurado

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— Casar? Como assim casar?

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— Casar? Como assim casar?

— Amber, já estou sozinho há anos...

— Mas você nem me disse que tinha alguém!

— Como falaria? Você me afastou há meses, mal estamos nos vendo ou falando!

Ele não pode estar falando sério!

— Isso está errado, eu não a conheço. Não a quero na minha família, perto de você ou do Icaris!

— A decisão é minha, e eu não preciso da sua autorização para tocar minha vida e tentar ser feliz.

— Isso é um absurdo!

— Absurdo é a minha própria filha não aceitar a felicidade do pai!

É... meu pai ia se casar. Dá para acreditar nisso?

Não acredito que ele queira substituir minha mãe.

— Chega, preciso ir para casa!

— Vai fugir de novo? Pensei que tivesse amadurecido.

— Não estou fugindo, estou indo para minha casa, porque o meu filho precisa da mãe dele.

— Marla está lá para isso. Agora, termine de conversar com seu pai direito!

— Eu preciso de espaço... tempo para digerir tudo isso... — Falo, me viro e toco o ombro do Fox. — Vamos, Fox, me leva para casa.

Partimos dali sem mais discussões, e no caminho, Fox fica me olhando com o canto dos olhos de minuto a minuto, sem dizer uma palavra sequer.

— Fala logo, droga! — Dou um chilique no banco. — Não aguento mais você me julgando com esses olhos azuis.

— Desculpa... é que eu acho que você foi dura demais com ele...

— Ele quer por outra no lugar da minha mãe, Fox!

— Não é por outra, no lugar da sua mãe, Amber, é aceitar que ela se foi e que ele precisa seguir em frente.

— Não concordo com isso!

— Você não foi tão crítica assim quando se apaixonou pelo Nicholas, ainda estando com o Oliver!

Nossa. Que tapa!

— Não tem nada a ver. Eu e o Oliver não dávamos mais certo, e aí eu conheci o Nicholas.

— Então só você pode ser feliz?

Ele não vai parar de me julgar?

— Está me vendo feliz, Fox?

Aquela pergunta o pega de jeito, fazendo-o voltar a se concentrar na estrada.

Assim que chego, Fox decide que não quer entrar, e para o meu desagrado mental, antes que eu fechasse a porta, ele me chama.

— Amber!

Me curvo levemente para olhar para ele sentado no banco do motorista.

— O que foi?

— Se permita...

Ãm?

— Você não tem que provar nada a ninguém. Fazer o que você realmente quer deveria ser seu único foco. Então, se permita, e pare de afastar quem você realmente ama.

É o caralho mesmo. Agora não vou conseguir dormir pensando na merda que ele falou.

— Boa noite, Fox!

Ele sacode a cabeça em despedida, eu fecho a porta do carro e sigo pelo jardim. O problema é que quando chego mais perto da entrada e vejo aquelas rodas grossas, guidom baixo e escapamento turbo, meu coração chega na boca.

— Não é possível... — Resmungo sozinha, entrando em casa.

A ideia de colocar os pés lá dentro não me agradava. Ainda estava tentando superar meus sentimentos pelo Nicholas. Eu me odiava por não conseguir me livrar disso, por minha incapacidade de apreciar apenas nossa curta amizade forçada. Talvez eu estivesse muito vulnerável para ser amiga de um homem porque as feridas do rompimento com ele ainda eram recentes. Mas quando passei pela entrada e o vi estirado no sofá dormindo junto ao Icaris com o nosso filho embaixo do seu braço, meu mundo desabou. Foram raras às vezes que eu os tinha visto juntos, porque tinha afastado o Nick das minhas vistas por completo. Aquela cena brotou algo em mim que nunca imaginei sentir antes, era puro, era angelical. Eu me aproximei sem controle algum do meu corpo e sentimentos, e lentamente minha mão foi se aproximando do rosto dele, prestes a acariciá-lo. Mas aí, seus olhos profundos e intensos se abriram e eu me afastei antes de conseguir suprir a saudade de sentir sua carne.

 Mas aí, seus olhos profundos e intensos se abriram e eu me afastei antes de conseguir suprir a saudade de sentir sua carne

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— Amber... — Murmurou ele.

Dou três passos para trás e abraço meus braços, esfregando minhas mãos na minha pele, tentando disfarçar a vergonha misturada com mágoa.

— Desculpa, sei que não tinha que estar aqui, mas a Marla precisou sair e — ele vai falando, ao mesmo tempo que se levanta, arrumando Icaris no sofá. — Pediu que eu ficasse até ela voltar.

— Entendo... — Minha resposta é curta para coincidir com o meu humor estranho desta noite.

— Você está bem? Parece perturbada...

Como ele tem coragem de me perguntar isso depois de quatro meses sem nos ver?

Eu não respondi. E, em vez dele voltar para o sofá, Nicholas se aproximou de mim, colocando sua mão na minha cabeça e deslizou os dedos, lentamente, pelo meu cabelo. Seu toque me desmantela.

— Por favor, não me toque...

Chocado com a minha reação brusca, ele ficou paralisado.

— Desculpa. Eu não ia fazer nada, Amber, só está —

— Eu sei que não ia... — Ele ficou quieto e eu continuei. — Só não estou pronta para isso...

— Tudo bem... — Disse se afastando. — É melhor eu ir! — Ele pega a jaqueta de couro, o capacete, dá um beijo na bochecha rosada do Icaris, e parte sem dizer mais nada.

Acho que meu coração nunca esteve mais pesado do que neste momento.

Acho que meu coração nunca esteve mais pesado do que neste momento

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