(𝐕𝐎𝐋. 𝐈𝐈𝐈) | 56. Promessas cumpridas

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Melissa Jenner

Eu estava correndo, mais rápido do que qualquer humano normal correria. Alguns veriam isso como uma benção, eu como maldição.

Eu sou um monstro.

Minha mente viajou, me trazendo a imagem do Daryl. Seus olhos vermelhos e cheios de lágrimas. Sua expressão era de dor, mas não dor física. Ele deve achar que estou morta.

Ouvi um barulho de resmungo baixo e parei de correr. Tirei o pequeno tecido que cobria sua cabeça e ela me olhou com aqueles grandes olhos azuis.

— Está cansada, não está?

Judith resmungou mais. Me aproximei de um velho carro e a coloquei no banco por um momento. Mexendo lá, achei um lençol perdido no porta malas. Com ele, improvisei um canguru e amarrei a bebê a mim.

Continuei andando com Judi, ela se aconchegava em meu colo parecendo se acalmar, gostaria de fazer isso também.

Logo anoiteceria, precisava encontrar uma casa, cabana ou qualquer lugar que desce para a pequena descansar. Além de algo para ela comer, por mais que eu estivesse transformada, se ela chorasse atrairia zumbis para nós.

[...]

Eu continuava andando, um pouco mais lento para que a bebê não acordasse. Ouvia sons em volta, galhos se quebrando, grunhidos de zumbi e coisas assim.

De repente, Judith começou a resmungar um pouco em meu colo.

— O que foi pequena? Está com fome?

Olhei em volta a procura de alguma árvore frutífera ou planta, mas nada.

— Se segure docinho.

Tomei impulso e dei um pulo alto, subi em uma árvore e passei pelos galhos até chegar em uma parte mais alta.

Olhando em volta, notei uma pequena cabana um pouco escondida. Achamos um lugar.

Desci da árvore um pouco mais animada e continuei caminhando, Judith resmungou um pouco mais e logo seus resmungos evoluíram para choro, tentei acalma-lá, mas ela não parava.

Como consequência, zumbis foram atraídos.

Cerca de seis, todos se aproximaram procurando o som. Mas, por sorte, meu cheiro encobriu o da bebê.

Não posso levar os zumbis até a cabana. 

Me aproximei de um velho carro e abri a porta. Coloquei Judith dentro, não posso matar os zumbis com a bebê. Toquei meu coldre e senti falta de algo, onde está meu cano?

Respirei fundo e ignorei, peguei minha faca borboleta e matei os seis com muita facilidade.

[...]

Depois de matar dois zumbis naquela cabana e proteger as portas, procurei comida. Por sorte tinha água e duas latas de legumes. Fiz uma papinha de legumes para Judith e a esquentei na lareira.

— Está bom querida? Está gostando? — brinquei com a bebê que se deliciava. — O que eu farei com você Judith? Preciso encontrar alguém, seu pai, seu irmão... qualquer um.  — Toquei o cabelo dela. — Não posso ficar com você, não posso te colocar em perigo...

𝗔 𝗥𝗘𝗦𝗜𝗟𝗜Ê𝗡𝗖𝗜𝗔 - 𝙳𝚊𝚛𝚢𝚕 𝙳𝚒𝚡𝚘𝚗 •𝕋𝕨𝕕•Onde histórias criam vida. Descubra agora