Kyan
Sendo sincero, eu não sei oque ia acontecer aqui se o coringa não tivesse entrado na minha sala. Quando nossos corpos se encostaram eu senti uma chama por dentro, eu estava como um cão bravo disposto atacar a presa.
Naquele momento todo meu ódio por ela virou desejo, sua boca era a única coisa que eu queria sentir naquele momento.
Saio dos meus pensamentos, tiro minha camiseta e pego o radinho colocando ma cintura, quando chegava encomenda era mó cansativo entrar com tudo na boca, então eu tinha que me preparar psicologicamente, até porque normalmente só terminava a noite.
-KW chegou- um vapor diz enquanto eu encosto perto do caminhão.
- tá suave?- coringa fala enquanto se aproxima de mim
- eu tô bem- digo seco e ele sorrir
- achei que a preta ia morrer lá dentro- ele da risada pro nada e eu olho para ele sério.
- preta?- ele me olha sem entender- cuidado coringa, se apega não, tu tá ligado das regras- aviso e ele me olha sério.
Naquele momento eu sabia o quando o coringa estava confuso, estamos no crime des de quando eu tinha 16 anos. E ele sempre soube as regras des do começo.
Quando o dono daqui morreu, logo depois de quando matamos o policial, eles querendo se vingar entraram e mataram o chefe, sem ligar se eles iam morre ou não.
O chefe sempre falou que depois que ele morrer, eu ia assumir o cargo. Ele e meu pai era muito amigos, que Deus o tenha os dois...
Virei chefe com 22 anos, no começo foi difícil me adaptar ao crime, era diferente para quem era vapor e depois virou chefe. Quando eu assumir o morro, minha mãe se entristeceu, a gente se distanciou um pouco.
Hoje em dia eu percebo o quando eu mudei, mas o ódio ainda habita em mim, é como se eu não tenha para onde ir, e a lembrança vai estar sempre na minha mente me assombrando até minha morte.
- as drogas já podem ser organizada ou vai ter que conferir?- coringa pergunta me tirando do transe, afirmo com a cabeça para ele é continuo levando as caixas para dentro.
Confesso que a professora conseguiu entrar um pouco na minha mente, tanto quanto a vontade que eu fiquei de beijar aquela idiota, e tanto o quando ela me falou para pensar sobre a Nicole.
Eu não quero minha irmã triste, mas esse bagulho mexe muito com minha mente, eu não quero nem trombar com o ph na rua, imagina tromba com ele e minha irmã junto.
- terminamos- um vapor diz
E quando eu reparei já era a noite, pensei tanto que a hora passou voando.
- boa pra nós parceiro- digo alto- estão dispensados.
Digo colocando a mão no bolso para ver se meu celular estava alí, logo vou em direção a minha moto e acelero em direção a casa da minha coroa.
Entro na casa em silêncio, a Nicole estava na sala sentada, e por incrível que pareça o Davi não estava junto.
- iai- digo ficando em pé na sua frente. - já jantou?
Ela me olha e fica quieta e eu me sento no seu lado.
-tu sabe o quanto eu me sentir traído- digo- o quanto doeu, o cara que eu considerava meu irmão olhava para minha irmã com outros olhos, eu achava que ele te considerava irmã também.
Ela me olha.
- tu ama ele mermo?
- se eu não amasse ele, não tinha falado com você- Nicole diz baixinho encostada a cabeça no sofá.
- eu libero então - digo sério- se tu ama ele e vai ficar feliz é oque importa- ela sorrir- mas se ele vacila eu mato ele sem dó.
Ela me olha feliz e vem até mim rápido, e me abraça.
- você é um idiota mas eu te amo- ela diz - nossa vai toma banho, você tá grudando!
- palhaça- me levanto- cadê a mãe?
- saiu- ela olha para direção da cozinha e se lembra de algo, logo me olha séria- a nathalia está fazendo a janta.
Olho sério para ela.
- vou toma banho- mudo de assunto e ela volta a deitar no sofá.
O banheiro era do lado da cozinha, me aproximo da porta quieto e a Nathalia me olha em silêncio.
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DOIS
FanfictionNathalia, com sua personalidade forte, tenta superar a morte de seu pai. Ela se aproxima de Felipe, mas, em uma reviravolta inesperada, acaba conhecendo a favela e se depara com seu pior pesadelo: o dono do morro. A partir desse momento, sua vida co...