DOIS

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se o chefe descobrir sua ligação comigo ou com seu pai que era ligado com o bope, ele te mata.

Essa fala ficava presa em minha mente.

Onde um homem que me odeia des do primeiro dia que me viu, possui gravado em sua pele, próximo às costelas, o diamante, que não era apenas um ornamento. O peso das alianças sombrias que o vinculavam a um mundo onde lealdade e traição eram separadas por uma linha.

-eu estou cansada- me levanto rápido e o Felipe me olhar- a aula hoje foi corrida, preciso ir embora e descansar- sorrio.

-tudo bem, vamos eu te levo- Felipe diz se levantando e eu nego.

- não- digo e ele me olha como se algo estivesse errado- eu vou de uber. Obrigado Felipe- saio rápido para tentar enganá-lo.

Mas seus olhos não parecia se enganar tão fácil. Com toda essa informação que o Felipe me deu, minha curiosidade foi avançada.

Quando vi, eu já tinha descido do uber e estava na frente da entrada do morro.

Andei até a frente devagar notando presença de uns vapores. oque eu estava fazendo aqui a essas horas?

Eu estava vestida por um vestido curto e bonito, um salto alto e meus cabelos sem tranças, meus cachos se mexiam através do vento frio que batia na minha pele.

-Nathalia- a voz me faz parar os passos.

Me viro vendo o kyan, oque ele estava fazendo aqui? Como pode nossos caminhos se cruzar tanto?

-oque está fazendo aqui?- pergunto e ele me olha de cima a baixo.

- eu que te pergunto isso- seus olhos vão no meu cabelo, meu coração logo acelerar.- Seu cabelo ficou daora.

Ignoro sua fala

- eu estava te procurando- digo determinada e ele não prestava mas atenção em minhas palavras- você está me escutando?

O kyan estava vidrado em mim, eu não sei oque estava se passando na sua mente, se era algo do tipo "posso mata-la aqui mesmo".

- meu carro tá aqui- ele diz- vou subir para casa da minha mãe. Você vai?- o vento forte fazia a cena ficar cada vez mas estranha.

Tipo um filme.

Kyan foi até seu carro, se despediu de uns vapores, logo o carro preto parou no meu lado e eu entrei.

-oque quer falar comigo? Tu não ia sair?- ele apenas olha para frente.

- oque significa sua tatuagem de diamante?- seu semblante que estava de uma pessoa legal e sociável mudou.

Eu acho que ele tem problemas com bipolaridade.

- seu namoradinho que perguntou?- ele diz sério.

- ele me contou, mas eu queria saber da sua boca. É uma curiosidade que tenho a um tempo- ele para o carro em um canto que não tinha ninguém.

Não sei se me preocupo e saio correndo desse carro, ou espero ele falar.

-qual a sua fascinação nessa tatuagem?- seus olhos agora são fixos nos meus- porque quer saber o significado? Não vai te levar a nada.

- mas eu quero saber- digo- eu vim aqui só pra saber disso!

- como vou acreditar que não foi seu namoradinho que te mandou aqui?- ele blefa.

- ele não é meu namorado! E eu vim por que eu quis!- seus olhos desviam do meu.

Ficamos em silêncio, mas ele decide falar.

- a tatuagem representa a dureza e frieza de uma vida marcada pelo tráfico. Cada faceta do diamante refle os segredos e o peso do passado sombrio que o vincula a um mundo onde lealdade e traição são separadas por uma linha. - olho sem acreditar que ele falou para mim

O kyan não contaria isso pra mim...

-então todos que estão ligado ao tráfico possui essa tatuagem?- ele nega.

- quem possui essa tatuagem são os chefes. Aqueles que quando nasceram foram criados para assumir essa responsabilidade. - seus olhos que escondia um grande segredo me olhava.

-cada faceta desse diamante representa uma dor?

-e uma perca- ele continua.

- a sua está preenchida todos os lados?- ele afirma olhando para frente.

Seu semblante não era mas de ódio, era como ele estivesse vulnerável na minha frente. Sem pensar duas vezes, me aproximei dele dando um abraço.

Ele se assusta no começo, mas logo me puxa me posiona sentada no seu colo. Ainda dentro daquele carro estávamos abraçados. Ele me abraçou.

Era algo que eu não esperava do kyan, seu rosto cravado em meu pescoço, e nós dois ali abraçados em silêncio.

Cada um sabia a dor do outro.