A Mentira Que Virou Amor

Capítulo 5

Tentei me convencer de que tudo estava sob controle. Era apenas uma questão de tempo até que eu pudesse sair dali e afundar na cama como se nada tivesse acontecido.

Ao sair do banheiro, fui surpreendida pelo dono do restaurante, que me fez olhar a placa indicativa para ter certeza de que eu entrara no banheiro certo. Ele tinha um olhar severo e um paletó escuro que parecia ter sido feito sob medida para intimidar. Seu olhar era tão penetrante que parecia que ele podia ver através das minhas mentiras. Algo em sua postura me deixou em alerta.

— Você é a namorada do Yuuki? — ele perguntou, sem rodeios, com um tom quase ameaçador.

Fiquei parada, surpresa pela pergunta e pela forma como ele se dirigiu a mim.

— Eu... acho que deve resolver isso com ele. — Tentei sair pela tangente, mesmo sabendo que a culpa de toda essa confusão era minha. Ele sorriu frio, e eu cocei a garganta nervosa.

— Como você conheceu Yuuki?

— Ele me ajudou...

— Oh... Então sabe que ele é noivo.

— O quê? — exclamei perplexa, pois não contava com essa possibilidade que seria um desastre caso descobrissem a verdade.

— O que está tentando próxima a ele? É alguma amante?

— O quê?! — agora quem estava irritada era eu. Ele apenas riu da sua ofensa. — Olha, eu realmente preciso voltar — disse, tentando manter a voz firme e passar por ele.

Mas ele não se moveu. Em vez disso, seu olhar se intensificou, e ele deu um passo à frente, bloqueando meu caminho.

— Você não está entendendo — ele murmurou, agora com um sorriso sombrio nos lábios. — Você precisa me dizer quem você é e por que está aqui com ele!

Havia algo em seu tom que fez minha pele arrepiar. Uma parte de mim queria responder com um tom sarcástico, mas a maneira como ele se aproximou fez minha coragem vacilar.

Forcei a passagem, não tinha que dar satisfação nenhuma e se ele era o dono daquele restaurante chi, deveria tratar melhor seus clientes, mas ele agarrou meu braço com força, me fazendo gemer de dor.

Abri a boca, olhando alarmada para ele, o maldito pegou bem no braço dolorido.

— O que está fazendo?! — exalei, enquanto tentava me soltar evitando a careta de dor.

— Não vou permitir que perturbe a vida de Besty!

— Quem?

Pânico começou a se instalar em mim. Ele apertava ainda mais meu braço, homens tinham assim tanta força? E eu não queria puxar novamente o braço porque da última vez a dor foi aguda demais para meu fingimento.

Justo quando comecei a imaginar o que fazer, uma voz conhecida se fez ouvir atrás de nós.

— Solte-a.

O dono do restaurante, ao ver Yuuki, soltou meu braço instantaneamente e olhou para ele com um sorriso cínico.

— O que está acontecendo aqui? — Yuuki olhou para o dono do restaurante e depois para mim, seu olhar indecifrável.

— Nada que você precise se preocupar. Apenas estava tentando entender sua relação com essa mulher.

— E o que isso é da sua conta? — a voz de Yuuki saiu fria, e claramente o dono do restaurante ficou em choque.

— Yuuki, precisamos conversar — começou o homem, mas Yuuki passou por ele, se dirigindo a mim, vendo eu segurar o braço que tremia levemente.

— Está tudo bem? — Ele me olhou com um olhar que era parte questionador, parte preocupado.