Capítulo 30

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Estávamos na fila da tal boate exclusiva do amigo de Ekaterina. Mabel estava impaciente tentando entrar em contato com ela e eu já arrependida de ter aceitado participar disso. Quase pensando em chamar um Uber de volta para casa quando recebi uma chamada do insistente número desconhecido.

— Rubie? Aqui é Miura. — Meu coração deu um pulo. — Você e Onii-chan brigaram? Ele está maluco tentando falar com você e não consegue. Está tudo bem?

Minha cabeça girou e eu não sabia como reagir. Mabel fez um sinal em minha direção e tão perdida estava que pulei de susto quando Ekaterina apareceu ao meu lado. Ela me encarou irritada pela minha reação.

— Que amigo é esse, hein? — Mabel sorriu maliciosa e Ekaterina deu uma risadinha

— Um amigo... — ela disse com um ar de superioridade ao mesmo tempo que se aproximava de um dos seguranças.

— Vamos Bee?

— Rubie? — Miura chamou minha atenção também e eu não sabia a quem responder.

— Ah... só um instante.

— Está ocupada? Sinto muito se liguei na hora errada...

— Não.

— Rubie, vamos logo! — apressou Ekaterina. — Vamos perder a vez de entrar na boate. — Ela tinha que dizer isso quase aos gritos?

— Você esta em uma boate?

— Ah, sim... Só um minuto, Eka — Ekaterina me olhou indignada. — Então Miura... Eu e Yuuki não brigamos... exatamente. Eu só... não tive tempo de resolver as coisas. Muita coisa aconteceu — falei de forma vaga, mas meu coração já estava acelerado.

— Ah, eu entendo...

— Eu... vou ligar para ele.

— Rubie! Vamos logo!

— Preciso ir Miura.

— Espera! Qual o nome dessa boate?

— Ah... Noctune, eu acho — consegui responder antes de Mabel vir até mim e quase tomar o celular de minha mão. Me despedi rápido e desliguei, sendo puxada por elas para entrar.

A boate pulsava em um ritmo frenético. A música alta fazia o chão vibrar, e as luzes de néon piscavam de forma hipnotizante. Me sentir um pouco deslocada enquanto franzia os olhos algumas vezes por conta do tanto de luzes.

Em uma mesa, encontramos Ramona, Anny e Nikola, todas pareciam prontas para arrasar na noite. Meu rosto não era nada entusiasmado, mas disfarcei um sorriso quando Mabel me empurrou uma bebida.

— Vamos relaxar! Você precisa disso.

Eu, que estava decidida a me manter sóbria, não tive como recusar a bebida. E depois de alguns drinks — cortesia de Ekaterina e sua boca afiada que me desafiou a "beber como gente grande" —, meu corpo parecia mais leve, solto. Meu plano de "ficar uma horinha" ia por água abaixo.

De repente, eu estava dançando no meio da pista, rindo de algo que nem fazia sentido e aproveitando o calor que emanava de todo aquele lugar. Pra ser mais específica, aproveitando o calor de alguém.

O cara era alto, atraente o suficiente para chamar a atenção, e tinha aquele sorriso fácil que sugeria problemas. Ele chegou por trás de mim, deslizando as mãos pela minha cintura de uma maneira que, em outra ocasião, talvez me incomodasse. Mas ali, naquele momento, era só diversão, calor e a batida da música me guiando.

Eu podia sentir a respiração dele na minha nuca, suas mãos se aventurando mais ousadamente pelos contornos do meu corpo, o toque firme nos quadris me puxando contra ele. Era uma dança carregada de uma tensão que não precisava de palavras, e minha cabeça estava longe de tudo o que me preocupava. Ou quase...

A Mentira Que Virou AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora